Um mês após a decisão do Paulistão, Palmeiras e Corinthians se reencontram pelo Campeonato Brasileiro, pelo 367º Derby. Ainda que a conquista do Campeonato Paulista tenha aliviado – um pouco – a pressão sobre Vanderlei Luxemburgo, a moral pós-título não durou muito tempo e ambos os treinadores chegam muito criticados para o clássico.
Na tabela do Brasileirão, poucos podem reclamar do Verdão: o clube é o sexto lugar da competição, com 13 pontos e um jogo a menos que os líderes Internacional e São Paulo, bem como o quinto lugar, Flamengo. Com uma vitória sobre o Vasco da Gama, no jogo adiado da primeira rodada, a equipe estaria a um ponto do Colorado. Se os resultados não são ruins, o desempenho não escapa de críticas, entretanto.
O ponto em questão do trabalho de Luxemburgo é justamente o desempenho ruim do time dentro de campo. Neste começo de Brasileirão, o Palmeiras vem fazendo partidas abaixo da crítica e dependendo de jogadas individuais e lampejos para vencer seus jogos. Em partidas contra o Athletico e contra o Internacional, por exemplo, o time jogou mal e só marcou seu gol já nos acréscimos – o que proporcionou três pontos contra o Furacão e um diante dos reservas do Colorado.
Ainda que a utilização de garotos como Patrick de Paula, Gabriel Menino – cuja posição é mais uma das razões pela qual o veterano está sendo criticado, já que o jovem vem sendo improvisado pela meia ou lateral direita -, Gabriel Veron e Wesley seja elogiada, a pouca criação e insistência em alguns veteranos irrita boa parte da torcida palmeirense: o time pouco cria excluindo jogadas de bola parada e, as vezes, passa longos períodos de tempo sem finalizar a gol.
Se o Palmeiras ainda vem conseguindo resultados e subindo na tabela do Brasileirão, o mesmo não pode ser dito do Corinthians de Tiago Nunes: o clube tem nove pontos em sete jogos na principal competição do país, já foi eliminado na pré-Libertadores no começo do ano e, ao contrário do rival, não saiu com o título do Paulistão.
Tiago Nunes foi contratado no final de 2019 justamente para mudar o “estilo Corinthians”: a torcida estava impaciente com o time comandado por Fábio Carille, bem defensivamente, mas que pouco atacava, e boa parte topou “recomeçar” junto com Tiago, que vinha de títulos e excelente futebol no comando do Athletico.
Ainda que o resultado não fosse tão importante no primeiro momento, o desempenho também vem deixando a desejar: em alguns momentos e partidas específicas o treinador chegou a “ignorar” o jogo ofensivo e propositivo para abraçar um esquema mais defensivo e “retranqueiro” do que ele havia aplicado no Furacão.
Até agora, as únicas vitórias do Corinthians no Brasileirão foram contra Goiás e Coritiba, que estão, neste momento, na zona de rebaixamento. O treinador perdeu a invencibilidade nos clássicos contra o São Paulo, vem tomando mais de um gol por jogo e ainda procura um time ideal.
Assim, o Timão parece ir aos trancos e barrancos sob o comando de Tiago Nunes: sua principal característica, o jogo ofensivo, foi deixada de lado, mas a defesa também não conseguiu engrenar. Boa parte da torcida também discorda de várias substituições, sua insistência em Sidcley – até Lucas Piton o colocar no banco -, Danilo Avelar e Gabriel, bem como a pouca utilização de garotos da base.