Copom diminui taxa básica de juros de 3% para 2,25%

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, reduziu, nesta quarta-feira, 17, a taxa básica de juros da economia brasileira de 3% para 2,25% ao ano, o menor percentual da Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.

Apesar de a decisão ter sido tomada em um momento de forte redução do nível de atividade econômica devido à pandemia da Covid-19, economistas ouvidos pela Jovem Pan afirmam que a queda terá um impacto pequeno na economia.

Brasil vem sofrendo há anos uma estabilidade da atividade econômica, o que tem mantido a inflação a níveis controlados. Para este ano, porém, com o advento da pandemia do coronavírus, economistas projetam um tombo de cerca de 7% para o Produto Interno Bruto (PIB). E, com a forte diminuição da atividade econômica, os preços têm caído. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38%.

Além disso, nesta terça-feira, 16, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas no varejo brasileiro caíram 16,8% em abril na comparação com março. Apesar desta redução na Selic indicar que o governo busca uma reativação da economia, na opinião do ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, é uma manobra neutra, que “não vai adiantar em nada”.

“Esse protocolo do sistema de meta de inflação é usado em situações normais do ciclo, e não vivemos uma situação de normalidade por causa da pandemia”, afirma Mendonça de Barros. “Isso terá zero impacto na economia brasileira, tanto no macro como no micro. Essa recessão é diferente porque foi provocada pela quarentena, foi um hiato de renda na economia, no faturamento das empresas e na renda do consumidor. Nunca tinha acontecido dessa forma”, completa, citando a previsão dada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de que a economia mundial deve terminar este ano com a maior recessão desde a Grande Depressão, em 1929. Além disso, o ex-ministro afirma que a dinâmica da crise não será alterada, pois o sistema bancário “não repassa o ganho” com a queda da Selic. “Para o empresário ou consumidor, não terá efeito nenhum, porque esse dinheiro não chega na ponta final”, completa.

O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, afirma que apesar do impacto da queda da Selic ser aritmético, ele é mais reduzido, porque o Brasil já está com uma taxa muito baixa de juros. “O que psicologicamente vai acontecer é uma percepção muito próxima da inflação esperada, que será bem menor esse ano. Então, as pessoas poderão ou aplicar dinheiro em investimentos de juros baixos ou buscar correr riscos. O impacto nos empréstimos vem vindo desde lá trás, então, acredito que dessa vez, será mais psicológico”, afirma.

 

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