O presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu a criação de “conselho político” para fazer a ponte entre o Executivo e o Legislativo. A ideia é melhorar a relação desgastada com o poder que fica do outro lado da pista do Palácio do Planalto, num esforço para aprovar a reforma previdenciária.
A ideia surgiu durante reunião com os líderes dos partidos do Centrão nesta quinta-feira (4). Onze dirigentes partidários se reuniram com o presidente, que convidou as legendas para integrar a base do governo no Congresso.
O pedido não foi formal e não envolveu negociação de cargos, mas teve como centro a formação de maioria para passar a proposta de mudança no regime previdenciário.
“O diálogo está apenas começando”, disse Onyx Lorenzoni, segundo um interlocutor que participou das reuniões do início da manhã. O conselho seria formado por dois grupos: um de presidentes de partidos e outro de líderes no Congresso. As reuniões aconteceriam a cada 15 dias e teriam as presenças do chefe da Casa Civil e de Bolsonaro.
Sem cargos, busca por solução
“O presidente fez um gesto. Não queremos cargos, queremos solução. Queremos ser recebidos por ministros e atendidos em nossas demandas”, afirmou o presidente do PRB, Marcos Pereira, primeiro a se encontrar com Bolsonaro.
À tarde, depois dos encontros, o presidente comentou as conversas, que definiu como de “alto nível”, no Twitter. “Ao contrário do que propalado por alguns, nada se falou sobre cargos. Executivo e Legislativo unidos, por uma causa que representa o futuro de nossos filhos e netos: a Nova Previdência”, escreveu.

Jair M. Bolsonaro✔@jairbolsonaro
Pela manhã me reuni com vários presidentes e líderes de partidos. Tudo ocorreu em alto nível. Ao contrário do que propalado por alguns, nada se falou sobre cargos. Executivo e Legislativo unidos, por uma causa que representa o futuro de nossos filhos e netos: a Nova Previdência.22,3 mil14:31 – 4 de abr de 2019Informações e privacidade no Twitter Ads5.346 pessoas estão falando sobre isso
Bolsonaro teve encontros separados com os presidentes de DEM, PSDB, MDB, PP, PSD e PRB. Até agora, somente seu partido, o PSL, integra, oficialmente, a base do governo.

A audiência contou com Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República; Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD; senador Otto Alencar (PSD-BA), líder do PSD no Senado; senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), vice-líder do PSD no Senado; deputado André de Paula (PSD-PE), líder do PSD na Câmara e deputado Diego Andrade (PSD-MG), vice-líder do PSD na Câmara. Foto: Marcos Corrêa/PR