Defesa de Maicol Sales dos Santos pede anulação da confissão sobre a morte de Vitória Regina de Sousa, alegando coação durante depoimento
Após Maicol Sales dos Santos confessar à Polícia Civil a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, a defesa do suspeito pediu a anulação da confissão, alegando que ele teria sido coagido. A informação foi divulgada no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 23.
Em depoimento gravado, Maicol afirmou ter agido sozinho e atacado Vitória com golpes de faca após uma discussão dentro de seu carro. Segundo sua versão, ele ofereceu carona à jovem, que entrou no veículo por vontade própria. Durante o depoimento, o suspeito afirmou que ambos haviam se envolvido uma vez e que Vitória estava ameaçando contar à esposa dele sobre o ocorrido. Após uma discussão, Maicol alegou que foi agredido pela adolescente e, em retaliação, desferiu dois golpes de faca. No entanto, a perícia revelou que a vítima sofreu três ferimentos.
Além disso, o relato de Maicol diverge das evidências encontradas no veículo. Peritos não localizaram vestígios de sangue ou cabelo nos bancos do carro, apenas uma mancha de sangue e um cabelo no porta-malas. Maicol alegou ter limpado essa área e jogado a faca no rio. Quanto ao local onde o corpo de Vitória foi encontrado, Maicol afirmou que o enterrou, mas o corpo estava sobre o solo, em um ponto diferente do que ele indicou. Próximo ao local do corpo, a polícia encontrou uma enxada e uma pá, que teriam sido usadas no crime, ferramentas essas que pertenciam ao padrasto de Maicol, mas não foram mencionadas no interrogatório.
A defesa de Maicol afirma que a confissão foi forçada, uma vez que o suspeito não teve a presença de um advogado durante o depoimento.
Por outro lado, a família de Vitória não acredita que Maicol tenha agido sozinho e exige a reconstituição do crime. O pai da vítima declarou: “Quero saber de todos que estavam com ele. Todos. Eu falo todos porque tenho a certeza… que não é mais um, deve ser mais dois ou mais três”.
A polícia ainda não informou se há câmeras de segurança que comprovem a versão de Maicol. Exames de DNA nos vestígios de sangue e cabelo encontrados no carro e na casa do suspeito seguem em andamento.