O ex-ministro do governo de Michel Temer e ex-governador fluminense, Moreira Franco, foi cercado e preso pela Polícia Federal no trânsito do Rio de Janeiro, após desembarcar de um voo em que voltou de Brasília (DF).
Agente da PF chegou a requisitar um táxi para se aproximar de Moreira, segundo foi divulgado durante entrevista coletiva do MP e da PF, nesta tarde, na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.
Apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo juiz Marcelo Bretas como integrante da organização criminosa que seria chefiada por Temer, o ex-ministro ficou surpreso com o cerco e a filmagem feira pela PF, no momento do cumprimento da prisão preventiva, na Operação Descontaminação.
Quando foi abordado por policiais federais armados, Moreira Franco estava em um Volvo e teve que esperar outras guarnições da PF chegarem. “Boa tarde, boa tarde. É que a gente recebeu ordens”, disse o agente, ao explicar para Moreira, que estava sentado no banco do carona do Volvo.
O mesmo agente chegou a pedir a cidadãos que não gravassem em vídeo, além do registro feito pela própria PF. “Não filma, não, por favor”, pediu uma assessora que o acompanhava. “Não filma, não. Por gentileza”, disse um agente, ao lado de Moreira. “Não, não, não, só a polícia. Não, isso é filme interno”, justificou o mesmo agente próximo do veículo.
Segundo o MPF, o esquema que Temer e o ex-ministro Moreira Franco integrariam envolveu R$ 1,8 bilhão em recursos públicos desviados e objeto de propina, no âmbito da investigação decorrente da Lava Jato.
Durante o governo Temer, Moreira Franco chefiou a Secretaria-Geral da Presidência, foi secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos e ministro de Minas e Energia. Além disso, foi ex-governador do Rio de 1987 a 1991.