Por Gutemberg Gomes, Secretário de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal
Falar de meio ambiente, hoje, é falar do presente. É olhar ao redor e perceber que as mudanças já estão acontecendo — e a forma como reagimos a elas define o mundo que vamos deixar para as próximas gerações.
Nos últimos meses, tive a honra de acompanhar de perto a mobilização da sociedade do Distrito Federal nas etapas regionais e distrital da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. Foram mais de mil participantes, 295 propostas elaboradas e 20 priorizadas para levarmos à etapa nacional, que acontece de 6 a 9 de maio.
Esses encontros não foram apenas eventos. Foram momentos de escuta, construção coletiva e, principalmente, de esperança. Pessoas de vários segmentos, das regiões administrativas, realidades e idades diversas se reuniram para discutir o que realmente importa: como enfrentar os desafios ambientais com justiça social, transformação ecológica, inovação e coragem.
A temperatura do planeta já subiu cerca de 1.5°C desde a Revolução Industrial. Pode parecer pouco, mas é o suficiente para transformar completamente nosso clima: ondas de calor mais intensas, seca prolongada, chuvas devastadoras. E o DF não está imune. Sentimos isso no ar seco, na vegetação ameaçada e na pressão sobre nossos recursos hídricos.
A crise climática não é uma previsão: é uma realidade. E precisamos agir agora. A Política Distrital do Meio Ambiente está alinhada com a Política Nacional do Meio Ambiente. Somos parte de um movimento maior, que vai ganhar ainda mais força com a realização da COP30, aqui no Brasil, em Belém. Vamos mostrar ao mundo que é possível unir desenvolvimento e preservação — e o DF quer ser exemplo disso.
Como Secretário, vejo na participação social o pilar mais sólido da governança ambiental. O que foi construído nas conferências das Regiões Administrativas e a Distrital do Meio Ambiente vão além de propostas técnicas, pois retratam as vontades, as urgências e as soluções que brotam do nosso próprio território. Propostas como a expansão do transporte limpo, a criação de florestas urbanas e o fortalecimento da educação ambiental são respostas reais aos desafios que vivemos.
Estamos inseridos no bioma Cerrado, que é o nosso lar, cuidar dele é cuidar da nossa identidade, da nossa água, do nosso futuro. O berço das águas do Brasil, como é carinhosamente conhecido o Cerrado, que também é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e exerce um papel vital na regulação climática e no abastecimento dos principais aquíferos e bacias hidrográficas da América do Sul.
Seguimos firmes na missão de transformar o Distrito Federal em referência de sustentabilidade urbana. E isso só é possível com diálogo, cooperação e decisão política. O futuro começa agora — e ele precisa de todos nós.

Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal
Cuidando hoje do que será essencial amanhã.