Compra de vacinas pelas clínicas de saúde preocupa especialistas

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O governador Ronaldo Caiado após reunião, em Brasília, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforça importância da vacinação contra Covid-19: “A previsão é de que a aplicação das doses ocorra já a partir do final de janeiro pelo Plano Nacional de Imunização”

 

O anúncio de que clínicas privadas de vacinação estão negociando a compra de 5 milhões de doses do imunizante indiano contra a Covid-19 gerou críticas por parte do setor da saúde.

Na segunda-feira, 04, uma comitiva formada por representantes de clínicas particulares de vacinação embarcou para a Índia, para negociar a compra da Covaxin. Em nota, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas afirmou que a medida tem como objetivo ampliar a imunização no Brasil e contribuir com o governo na cobertura vacinal.

Essa, porém, não é a avaliação dos especialistas, que afirmam que, embora não haja entrave legal, a medida esbarra em questões éticas.

Na avaliação de Walter Cintra, professor da Fundação Getúlio Vargas, a disponibilização de um imunizante na rede privada vai agravar as desigualdades existentes no Brasil.

“Nós estamos em um momento da pandemia, onde a população que mais está sofrendo os impactos da pandemia, em outras palavras, que está mais ficando doente e mais morrendo, são exatamente a população mais pobre, a população mais vulnerável”, opina.

Para o professor Gonzalo Vecina Neto, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, as clínicas privadas podem cooperar com o governo federal.

No entanto, isso deve acontecer de acordo com o que for determinado por ele. “O Estado pode pegar as vacinas e falar: ‘iniciativa privada, me ajude a vacinar”. E a iniciativa tem que perguntar: ‘Como?’. ‘Como eu mandar, eu, Estado’. Então, primeiro, você vai vacinar os grupos de risco que eu determinar. Você pode cobrar pela vacina? Não, eu estou dando para você vacinar.”

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