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Por Carlos Arouck
Para que a direita conservadora alcance seus objetivos, ela precisa lidar com uma série de desafios internos e externos. O sucesso de sua agenda depende de uma combinação de estratégias políticas, mobilização social e adaptação ao cenário contemporâneo. Consolidar sua base de apoio no Congresso e formar alianças com partidos que compartilhem parte de suas pautas é fundamental para aprovar legislações que protejam a liberdade individual, a propriedade privada e fortaleçam a segurança pública e a economia. Além disso, é essencial assegurar uma presença forte no Judiciário e garantir o funcionamento do sistema de freios e contrapesos.
Outro fator é mobilizar a sociedade em torno dos princípios conservadores. A participação popular é indispensável para o sucesso de pautas como liberdade de expressão, defesa da família e meritocracia. Isso pode ser feito por meio de campanhas públicas, debates e redes sociais, promovendo uma visão baseada na liberdade individual e justiça social por mérito, em contraste com as narrativas progressistas.
A defesa de valores tradicionais, como família e liberdade religiosa, requer o resgate de princípios muitas vezes esquecidos no debate público. Reformas educacionais que priorizem o mérito individual e a liberdade de expressão são fundamentais para consolidar uma base de cidadãos que compartilhem esses valores. A direita também precisa rejeitar a agenda “woke” e combater as ideologias identitárias no sistema educacional.
No entanto, a direita enfrenta resistência ideológica de movimentos progressistas que dominam setores da mídia, educação e alguns segmentos do Judiciário. A influência da agenda “woke” e políticas identitárias têm forte penetração na opinião pública, o que dificulta a promoção de valores conservadores. Além disso, a judicialização de pautas políticas, como liberdade de expressão e posse de armas, é um obstáculo frequente, e a direita precisa fortalecer seu diálogo com o Judiciário para superar esses desafios.
A direita também enfrenta pressão de organizações internacionais e ONGs que promovem agendas progressistas contrárias aos seus princípios. Para enfrentar essas influências, é necessário adotar uma postura firme em defesa da soberania nacional e dos interesses brasileiros em fóruns internacionais.
Um desafio interno é a fragmentação dentro da própria direita, com diferentes correntes de pensamento que podem divergir em questões como intervenção estatal na economia e abordagens sobre temas morais. Manter a unidade entre os diversos grupos conservadores é vital para aprovar pautas e enfrentar a oposição.
A comunicação eficiente é outra ferramenta essencial para a direita, que deve combater a desinformação e narrativas distorcidas que retratam seus princípios como extremistas. Utilizar redes sociais, veículos independentes e promover debates públicos de maneira clara pode ajudar a desconstruir estereótipos e atrair maior apoio popular.
A direita, enquanto oposição ao governo atual, deve adotar uma postura firme e estratégica, focada em oferecer alternativas claras e bem fundamentadas para as políticas adotadas pelo governo. Um dos principais desafios é garantir que a população compreenda que o conservadorismo propõe soluções sustentáveis para os problemas do país, como o crescimento econômico, a segurança pública e a defesa das liberdades individuais. Para isso, a oposição conservadora precisa articular suas críticas ao governo de forma construtiva, apontando os erros da administração progressista enquanto apresenta propostas que possam atrair uma base eleitoral mais ampla.
Além disso, a direita deve investir em um trabalho contínuo de fiscalização e denúncia de eventuais abusos de poder ou políticas ineficazes do governo. Isso pode ser feito por meio do uso das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), da pressão junto ao Judiciário em temas como liberdade de expressão e da articulação de frentes parlamentares que bloqueiem medidas contrárias aos princípios conservadores. É essencial que a oposição atue de maneira coordenada, unindo diferentes setores da direita e buscando pontos de convergência, para fortalecer sua capacidade de barrar projetos que prejudiquem a economia e as liberdades fundamentais.
A direita também precisa entender a importância de uma atuação propositiva nas casas legislativas, aproveitando a força de sua bancada para formular propostas que fortaleçam as bases do Estado democrático de direito e das instituições que o sustentam. Em vez de apenas combater as iniciativas do governo, deve ser capaz de trazer à tona pautas de impacto popular, como uma nova reforma tributária e medidas de incentivo ao empreendedorismo. Assim, ela não só se coloca como uma força contrária, mas como uma alternativa de governabilidade mais eficiente e menos dependente de grandes intervenções estatais.
Por fim, a oposição precisa intensificar seu trabalho de comunicação com a sociedade, utilizando as redes sociais e mídias alternativas para difundir suas ideias e contrapor a narrativa dominante nos grandes veículos de imprensa, frequentemente alinhados com pautas progressistas. Manter o diálogo aberto com a população, promovendo debates e mobilizações públicas, é crucial para construir uma imagem de resistência responsável e propositiva. Ao fazer isso, a direita se prepara não apenas para atuar como uma oposição eficiente, mas também para disputar com força as próximas eleições, com propostas sólidas e uma base popular fidelizada.
Essencialmente, o conservadorismo, enquanto oposição, deve se distanciar de uma postura reativa, limitando-se a apenas questionar o governo em exercício, e passar a pautar a discussão nacional com projetos inovadores e que reforcem a liberdade econômica, a segurança jurídica e os valores morais da sociedade. É necessário que a direita fortaleça suas lideranças e desenvolva uma narrativa sólida, capaz de atrair eleitores que estão insatisfeitos com o atual governo, mas que ainda não veem na oposição uma alternativa viável. Isso inclui tanto a construção de um discurso mais acessível como a apresentação de propostas de políticas públicas que realmente façam a diferença na vida dos brasileiros.
Por fim, a direita, mesmo na oposição, pode alcançar seus objetivos através de uma articulação parlamentar eficiente, influenciar o debate público e fortalecer suas bases para um eventual retorno ao poder. A mobilização popular e a preparação estratégica são elementos-chave para superar os obstáculos no caminho e consolidar suas propostas.
