Como Israel cercado de inimigos se recusou a ser vítima

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Por Carlos Arouck

O que aconteceu em 12 de junho, o ataque de Israel contra instalações nucleares iranianas, não foi uma demonstração de força nem uma provocação gratuita. Foi a reação inevitável de uma escalada iniciada muito antes, enraizada numa equação simples: ou Israel age ou arrisca sua própria sobrevivência.

Em 2024, o Irã decidiu testar os limites do que o mundo toleraria. Lançou 180 mísseis em direção a Israel. A maioria foi interceptada graças ao arsenal de defesa israelense, um feito tecnológico digno de nota, mas que não apagou o recado claro: o regime iraniano segue comprometido com a destruição de Israel. O ataque foi mais do que uma agressão militar, foi uma declaração de guerra.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu respondeu como qualquer líder faria quando sua população é alvo. Sob sua liderança, nasceu a Operação Leão Ascendente, uma campanha precisa e cirúrgica com um objetivo claro, incapacitar a infraestrutura militar iraniana antes que ela se tornasse incontrolável. Israel não esperaria que uma ogiva nuclear caísse sobre Tel Aviv para reagir.

Netanyahu foi direto ao afirmar que o programa nuclear iraniano não é um projeto civil. Trata-se de uma ameaça concreta não só para Israel, mas para qualquer nação que valorize a estabilidade no Oriente Médio.

As Forças de Defesa de Israel iniciaram uma sequência de ataques coordenados. Drones, caças e sistemas de inteligência agiram com precisão cirúrgica para atingir alvos estratégicos. Em Salhiyah, ao norte de Ahvaz, posições da Guarda Revolucionária foram neutralizadas. Em Qom, centro religioso e militar com infraestrutura ligada a milícias, ocorreram múltiplas explosões. Em Parchin, um complexo militar associado ao programa de mísseis do Irã foi severamente danificado. Em Natanz, o coração do programa de enriquecimento de urânio iraniano foi, segundo Netanyahu, completamente destruído. Em Fordow, instalado nas profundezas da terra e considerado o plano B nuclear do Irã, o ataque representou uma façanha operacional sem precedentes, se confirmado.

Mas esta guerra não acontece só nos céus. Relatos vindos de dentro do Irã indicam que parte dos mísseis iranianos falhou segundos após o lançamento, caindo dentro do próprio território. Especialistas apontam interferência eletrônica israelense de altíssimo nível, sabotando em tempo real os sistemas de lançamento. A guerra eletrônica entrou em cena com força, redesenhando o conceito de combate no século XXI.

Enquanto drones iranianos cruzavam os céus rumo a Israel, encontraram resistência inesperada. Caças franceses, jordanianos, americanos e britânicos formaram uma barreira aérea. Os drones não passaram. O Irã lançou, o Ocidente respondeu. A mensagem foi clara, o extremismo não terá espaço para prosperar.

Nos bastidores dessa escalada esteve a política externa norte-americana. Nos últimos três meses, sob influência direta de Donald Trump, os Estados Unidos oscilaram entre retomar negociações nucleares e promover um endurecimento estratégico no Oriente Médio. A ambiguidade americana acabou reforçando a percepção israelense de que, quando se trata de autodefesa, só Israel pode garantir sua própria segurança.

Há quem critique Israel por escalar o conflito. Mas é difícil argumentar contra um país que vive sob ameaça constante e que, ao agir, evita que o pior aconteça. Diplomacia é desejável, mas ingenuidade é letal.

Israel não atacou por ambição territorial nem por retaliação emocional. Atacou para impedir que o Irã adquirisse a capacidade de destruir. E fez isso com precisão, responsabilidade e um aviso claro: quem ameaçar a existência de Israel encontrará uma resposta proporcional e definitiva.

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