Avaliação crítica do segundo vice-presidente da câmara revela ruptura e incertezas no governo
O clima político entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados atingiu um ponto de acidez, segundo o segundo vice-presidente da Casa, Sóstenes Cavalcante. As tensões foram exacerbadas pela intervenção do presidente Lula, que, ao tomar partido na disputa, deslocou o controle das emendas parlamentares para o ministro Alexandre Padilha, uma decisão que Cavalcante rotulou de desastrosa.
A situação é tão crítica que a abertura iminente de cinco CPIs foi orquestrada pelo colégio de líderes, indicando um claro descontentamento e a disposição para investigar. Segundo Cavalcante, é questão de tempo até o anúncio da primeira CPI, seguida por outras nas semanas subsequentes.
Para Cavalcante, o governo teria mais a ganhar se evitasse confrontar Arthur Lira, presidente da Câmara, especialmente com o potencial desgaste que as CPIs podem infligir. No entanto, ele não vê motivos para Lira recuar, pois sua sucessão na mesa diretora já conta com o apoio do Partido Liberal, a maior bancada da Casa. Mesmo assim, o PL não hesitará em lançar um candidato próprio caso o indicado por Lira não atenda às expectativas.
A situação parece delicada para o governo, pois enfrentar uma série de CPIs pode resultar em danos significativos. Cavalcante não hesita em criticar a estratégia adotada pelo Planalto, deixando claro que a capacidade de manobra política pode ser fundamental para os próximos desdobramentos.