Céu de Brasília

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Por Miguel Lucena

Dirigia sem pressa, deixando o vento entrar pela janela, enquanto Djavan entoava louvores ao céu de Brasília. A música casava-se perfeitamente com a paisagem: um azul infinito, onde nuvens brancas deslizavam como pinceladas de Niemeyer.

O horizonte era um convite à contemplação. Senti vontade de escrever um poema no céu, usar a tinta das nuvens para rabiscar versos de gratidão. Se pudesse, desenharia palavras em branco sobre o azul, exaltando essa vastidão que abraça a cidade e seus traços modernistas.

O céu de Brasília não é apenas um cenário; é personagem. Ele paira sobre os sonhos e utopias de um Brasil que se quis novo. É testemunha do cerrado que resiste e do concreto que se impõe, da vida que pulsa entre superquadras e eixos infinitos.

Enquanto dirigia, o pensamento flutuava. Talvez fosse mesmo o céu que me escrevia, e eu, apenas um traço fugaz em sua imensidão.

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