Centrão de olho no Ministério da Saúde, mas assustado: “Saiu quem não tinha entrado”

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O deputado Paulo Pereira da Silva (SP), integrante do Centrão, divulgou uma nota nesta sexta-feira (15) criticando os “impulsos” do presidente Jair Bolsonaro na condução da crise do novo coronavírus, principalmente em relação ao pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich. O Centrão ficou assustado, Bosonaro tirou quem não tinha nem entrado.

 

No Congresso, representantes do Centrão já afirmam, nos bastidores, que será muito difícil apoiar Bolsonaro em meio à queda de popularidade. Em outra frente, no entanto, partidos como o PL também intensificaram as negociações para ocupar pastas no Ministério da Saúde.

“Saiu quem não tinha entrado. Nesta sexta (15), o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, mas, não sei se alguém percebeu, já não fazia diferença”, disse Paulinho da Força, como é conhecido o deputado, que preside o Solidariedade.

Após afirmar que Teich era constantemente desautorizado por Bolsonaro, Paulinho partiu para o ataque ao chefe do Executivo. “Duvido que alguém consiga fazer o presidente aprender com a ciência e perceber que reduzir o isolamento social é colocar mais brasileiros na fila de espera por uma vaga na UTI. O Brasil precisa de liderança, mas vai ser difícil encontrar um ministro que seja capaz de lidar, ao mesmo tempo, com a crise sanitária e com os impulsos de Jair Bolsonaro.”

A avaliação é compartilhada por outros partidos que integram o Centrão. “Diante das imposições do presidente, só topará ser ministro da Saúde quem não tiver compromisso com a ciência e nem com a medicina. O pedido de demissão do ministro demonstrou que ele tem”, pontuou o deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

Secretário demitido do Ministério da Saúde

Na última quinta-feira, o administrador de empresas Francisco de Assis Figueiredo foi demitido do cargo de Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde. Como parte da negociação do governo com partidos do Centrão, o posto deve ser ocupado por um nome indicado pelo PL, sigla comandada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão.

O PL chegou a negociar nomes para a Secretaria de Vigilância em Saúde, pasta estratégica para formular ações sobre o avanço da Covid-19 no Brasil, como orientações de isolamento social. A Secretaria de Atenção Especializada, no entanto, é mais atrativa — porque autoriza o custeio (habilitação) de leitos de UTI em todo o País, além de certificar entidades que fazem serviços complementares ao SUS — e virou o novo alvo do partido.

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