Por Miguel Lucena
Sarah Raíssa, 12 anos, inalou gás de desodorante por influência de uma “trend” nas redes sociais. Caiu no desafio, mas quem perdeu fomos todos nós. Depois de uma hora de reanimação, seu corpo não respondeu mais: morte cerebral. Uma vida interrompida por uma brincadeira idiota — ou melhor, por uma cultura de exibicionismo sem freio.
As redes, hoje, são um campo minado: quanto mais perigoso, mais viral. E enquanto crianças morrem, os algoritmos enriquecem quem as incita. Não basta lamentar. É preciso responsabilizar quem criou, quem compartilhou, quem lucrou com o desafio. E mais: regulamentar essas plataformas que se tornaram território de ninguém.
A barbárie digital não pode ser tratada com emojis tristes e hashtags. É hora de agir com leis duras, fiscalização efetiva e educação. Para que outras Sarahs não morram por um like. Porque quando a sociedade falha em proteger suas crianças, morre também um pedaço da humanidade.