Cappelli abandona expediente na ABDI para campanha política e presença na votação do BRB, apesar de agenda oficial sem compromissos
Em pleno horário de expediente, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli (PSB-DF), deixou o gabinete para acompanhar a votação do projeto que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir participação no Banco Master.
Ligado ao ex-governador Rodrigo Rollemberg, seu padrinho político, Cappelli já não esconde suas ambições: está com a campanha pelas ruas do Distrito Federal, mesmo fora do período eleitoral. O anúncio de que será candidato ao Governo do DF escancara uma movimentação antecipada que, para muitos, beira o desrespeito à Justiça Eleitoral.
Enquanto isso, a rotina da ABDI parece relegada a segundo plano. Com salário de R$ 40 mil mensais, mais benefícios, o dirigente tem sido visto mais em articulações políticas do que no comando da agência.
No site oficial da ABDI, na seção da Diretoria Executiva, a agenda de Cappelli para esta terça-feira, 19 de agosto, aparece vazia: “Nenhuma programação prevista.” O contraste entre o expediente público e os compromissos políticos não passou despercebido.
Na Câmara Legislativa, o presidente da ABDI acompanhou entrevistas da oposição, da qual faz parte, mas não permaneceu para a votação — talvez por já conhecer o placar antecipadamente.
Nos corredores da CLDF, a pergunta que circulava entre deputados e assessores resumiu o desconforto: “Cappelli bate ponto?”