Em carta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Roberto Campos Neto afirmou que os preços de commodities e da energia elétrica levaram ao estouro do teto da meta de inflação, de 5,25%, em 2021. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em alta de 10,06%.
“Os principais fatores que levaram a inflação em 2021 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram os seguintes: i. forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities; ii. bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; e iii. desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais”, afirmou Campos Neto.
Além disso, Campos Neto lembrou que a alta dos preços administrados, que chegou a 16,9%, só foi menor em 1999 e em 2015, refletindo, principalmente, os aumentos dos valores de combustíveis e de energia elétrica. Esse grupo concentra os produtos e serviços que possuem interferência direta do governo na definição dos custos.
“Os preços de gasolina, gás de bujão e energia elétrica residencial subiram 47,49%, 36,99% e 21,21%, respectivamente”, disse.
Trata-se da carta número seis subscrita por um presidente do Banco Central (BC) desde a criação do regime de metas para a inflação.