Caiado ataca Lula, defende anistia e mira 2026

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Ronaldo Caiado apresenta a especialistas de todo o país os principais pontos da lei goiana criada para regular a IA (Foto: Hegon Corrêa).

 

 

Governador de Goiás afirma que governo federal está em “estertores”, critica aumento do IOF, promete anistia a envolvidos no 8 de Janeiro e defende gestão fiscal como trunfo eleitoral

 

 

 

No segundo mandato como governador de Goiás e já lançado como pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou em que o governo Lula “não deu certo” e vive “os últimos estertores” — expressão usada para descrever a respiração ruidosa nos momentos finais da vida. A declaração foi feita durante entrevista ao programa InfoMoney Entrevista, em que o político criticou duramente a condução econômica do governo petista, especialmente o anúncio de aumento do IOF, posteriormente revogado parcialmente após reação negativa do mercado e do Congresso.

Segundo Caiado, a medida do Executivo é reflexo de uma gestão “desesperada”, que, sem diálogo prévio com o setor produtivo e o Legislativo, tenta manter uma agenda de aumento de gastos à custa da população e dos pequenos empreendedores. “O IOF penaliza quem precisa de crédito, como a classe média e os mais pobres. É como a CPMF disfarçada, recai diretamente sobre o consumidor”, criticou.

Além das críticas econômicas, Caiado foi categórico ao afirmar que o terceiro governo de Lula fracassou em todas as áreas, acusando o presidente de não cumprir promessas e não apresentar um projeto de país. “Em dois anos e meio, ele aumentou a relação dívida/PIB em 4,36%. Disse que atenderia cada governador com três obras prioritárias. Em Goiás, não chegou nenhuma”, reclamou.

Anistia aos golpistas de 8 de Janeiro

Durante a entrevista, Caiado reafirmou seu compromisso de, caso eleito presidente, conceder uma “anistia ampla e irrestrita” a todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. A proposta, segundo ele, busca pacificar o país. “Eu vou fazer como Juscelino Kubitschek: ele sofreu um golpe, anistiou os envolvidos e disse ‘deixa eu trabalhar’. Quero desenvolver o Brasil, levar desenvolvimento para o Centro-Oeste”, declarou.

Entre os beneficiados por essa eventual anistia estaria o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como principal incentivador da tentativa de golpe. Embora aliado de Bolsonaro, Caiado destacou sua independência política e relembrou os embates que teve com o ex-presidente durante a pandemia, principalmente em defesa das medidas sanitárias. “Como médico, entendo mais de pandemia que ele. Tomei medidas duras para salvar vidas”, afirmou.

Mesmo com as divergências, o governador reconheceu o papel de Bolsonaro na mobilização da centro-direita no país. “Bolsonaro despertou uma massa conservadora que estava adormecida. Isso precisa ser reconhecido.”

Pré-candidatura e críticas à reeleição

Sobre sua antecipação como pré-candidato ao Planalto, Caiado defendeu a importância de iniciar cedo o diálogo com a sociedade e apresentar propostas. “Não se pode entrar numa campanha com apenas 40 dias. O governo tem a máquina nas mãos, já está em campanha. Nós, da oposição, precisamos andar pelo país.”

Caiado também prometeu não buscar a reeleição, caso eleito presidente. “Quero um mandato só. O presidente que pensa em reeleição não governa, adia decisões cruciais e penaliza ainda mais o contribuinte”, afirmou, defendendo um governo com foco em reformas estruturantes, controle de gastos e recuperação da confiança internacional.

Comparação com outros nomes da direita

Ao ser questionado sobre outros nomes da centro-direita que também são cotados para 2026, como Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior e Eduardo Leite, Caiado evitou ataques diretos, mas destacou sua experiência como gestor. “Peguei Goiás falido, com R$ 6,8 bilhões em dívidas e salários atrasados. Hoje temos R$ 15 bilhões em caixa, tudo pago em dia. Fui o primeiro a fazer reforma administrativa, da Previdência, cortar incentivos e controlar gastos.”

Com 86% de aprovação no estado, segundo ele mesmo ressaltou, Caiado defende que o país precisa de uma gestão técnica, responsável e comprometida com o crescimento econômico e o respeito ao dinheiro público.

Imigração e governo Trump

Ainda na entrevista, o governador comentou a situação de imigrantes ilegais de Goiás nos Estados Unidos, frequentemente alvo de deportações no governo Trump. Para Caiado, não há surpresa, pois a política migratória foi abertamente anunciada durante a campanha. “Quem o elegeu foi o povo americano, com esse plano. Quem está lá sabia o risco que corria. A democracia é isso: quem ganha governa.”

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