Caiado acusa Lula de insensatez eleitoral diante de tarifaço dos EUA
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de agir com “insensatez” e motivação eleitoral ao não adotar medidas imediatas para conter os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A taxação, em vigor desde quarta-feira (6), pode levar até seis dias para ser enfrentada pelo governo federal, segundo projeções, ameaçando empregos e empresas em diversos estados.
Durante reunião com outros oito governadores, em Brasília, nesta quinta-feira (7), Caiado classificou como “inadmissível” a recusa de Lula em negociar com o presidente norte-americano Donald Trump e a ausência de diálogo com gestores estaduais diretamente afetados pela medida. O aumento tarifário, segundo o governo americano, foi motivado pela pressão para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja poupado do que a Casa Branca chamou de “perseguição judicial” no Brasil.
“Durante todo esse tempo, nós governadores procuramos saídas alternativas para tentar minimizar essa crise. Isso é algo que mostra a total insensatez de um presidente que, ao invés de se preocupar com a economia do país, com o emprego, com as empresas e investimentos internacionais, quer é antecipar o processo eleitoral. Queremos ampliar o mercado, não conviver com alguém que fecha o Brasil e penaliza o setor produtivo. Isso é inadmissível”, afirmou Caiado.
No mesmo dia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que Lula deve decidir até terça-feira (12) sobre o plano de contingência para apoiar os setores atingidos. “O plano foi apresentado ao presidente, que terminou a leitura na noite de ontem. Ele vai bater o martelo e anunciar. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, declarou.
Em 22 de julho, Caiado já havia anunciado a criação de três fundos estaduais para proteger empresas goianas. Aliado de Bolsonaro e pré-candidato à Presidência em 2026, o governador intensifica o confronto com o projeto de reeleição de Lula.