Josiel Ferreira e Bartô Granja
O Palácio do Buriti vai encaminhar à Câmara Legislativa, tão logo acabe o recesso parlamentar, projeto de lei aumentando de 11% para 14% a alíquota de contribuição do servidor público para o Iprev.
O argumento palaciano é de que o Iprev não tem liquidez para continuar emprestando dinheiro ao governo nem pagar aposentadorias nos valores devidos. Esse aumento é visto como a única alternativa para tapar o rombo.
O problema é que uma iniciativa dessa natureza precisa passar pelo crivo dos deputados distritais. Ali, fica cada vez mais claro que o governador Rodrigo Rollemberg não conta com maioria para aprovar medidas impopulares.
Rollemberg chegou a conversar sobre o assunto com o presidente Michel Temer, há alguns dias, quando levou ao Palácio do Planalto suas preocupações com os cofres do Governo de Brasília, cada vez mais vazios.
Embora o Palácio do Buriti, procurado, não tenha se manifestado sobre o assunto, autoridades de diferentes áreas confirmaram a informação. O deputado Chico Vigilante, por exemplo, disse ao Domigão, que Temer, ‘um golpista’, dará apoio nesse sentindo a Rollemberg, ‘um frouxo’.
Esse ‘apoio’ viria por meio de pressão do Planalto, via Tadeu Filippelli, assessor especial de Temer, aos deputados do PMDB na Câmara Legislativa. Estariam nessa lista Rafael Prudente e Wellington Luiz, além de outros distritais que vivem sob a influência do ex-vice-governador.
Do Tribunal de Contas do Distrito Federal também veio a confirmação. Um conselheiro que prefere manter o anonimato admitiu que foi procurado por emissário do Buriti para falar sobre o assunto.
Sindicalistas que representam os servidores públicos de Brasília – como médicos, professores e policiais – já se movimentam para decretar greve geral. “Se Rollemberg pensa que vai secar nosso bolso, está enganado”, afirmou Ubiratan Ferreira, vice-presidente do Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia do DF (SINTTAR-DF), da Secretaria de Saúde.
Nota do deputado Chico Vigilante.