Buriti 2018: Ricardo Berzoini desiste e PT se volta para professora

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Ricardo Berzoini não será candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF). Mesmo após transferir o título eleitoral para Brasília, decidiu recusar o convite do partido para encabeçar a chapa majoritária. A decisão embaralhou a estratégia eleitoral da agremiação. Neste mar revolto, parte das correntes petistas quer ressuscitar a pré-candidatura da diretora do Sindicato do Professores (Sinpro), Rosilene Correa, enquanto outras endossam o nome do professor Afonso Magalhães.

“Eu comuniquei para a direção do PT. Por razões familiares, não tenho condições de assumir esse compromisso com o partido. Uma campanha demanda dedicação de 14 a 16 horas de trabalho por dia. E estou em um momento da minha vida para trabalhar menos horas e apoiar minha família”, conta Berzoini. Mesmo fora do time titular, pretende ajudar o partido a formatar o programa de campanha.

Berzoini defende uma candidatura de um nome capaz de defender o legado do local e federal do partido. A reabertura de pontes com as forças de centro-esquerda também um passo fundamental. O eventual candidato ou candidata, na leitura de Berzoini, deve ter trajetória política respeitada e representatividade. Neste contexto, agrega valor experiência parlamentar e sindicalista.

Segundo o deputado distrital Chico Vigilante (PT), Rosiline tem potencial para ser o nome “novo” do PT, uma aposta de renovação. “Ela é uma mulher com ampla bagagem política”, argumenta. Segundo Geraldo Magela, ela representa uma categoria importante, que é a dos professores e tem condições de levar o partido ao 2º turno.

Rosilene: experiência política no Sinpro do Distrito Federal. Foto: Divulgação

Na ausência de Rosilene ou de Afonso Magalhães, o deputado distrital Ricardo Vale defende o lançamento de Vigilante, Magela ou da presidente regional do partido, deputada federal Erika Kokay. Na avaliação do parlamentar, o PT caminha para uma chapa pura majoritária para o GDF.

“Dificilmente o PT fará coligações majoritárias no 1º turno e nem proporcionais”, comenta. Atualmente, a esquerda brasiliense prefere orbitar em volta de outras lideranças políticas, nacionais e locais, especialmente o PDT.

Palanque nacional é o objetivo

O manifesto de retomada da pré-candidatura para o GDF chegou às mãos de Rosilene Correa. Mas, a questão só será analisada na próxima semana, pois Rosilene está em Salvador, participando do Fórum Mundial Social. “O novo cenário terá que ser avaliado. A política é muito dinâmica, exige a disposição de se adequar a necessidade do momento. Não será uma decisão só minha”, argumenta a sindicalista, integrante do campo Coletivo PT de Lutas.

Independente do nome, o PT precisa de um palanque no DF, para a campanha majoritária para o Palácio do Planalto, com defesa intransigente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a construção silenciosa de um plano B. Para os holofotes e redes sociais, as lideranças cravam a defesa de Lula, mesmo diante da prisão iminente, em função da condenação Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Nesta linha, a exclusão de Lula da corrida eleitoral será classificada como fraude ou golpe. “O candidato é o Lula. Não tem plano B. Cada dia, denunciamos mais a ditadura das togas instalada no Brasil. Se Lula for preso, será a maior injustiça”, dispara Chico Vigilante.

Sem Lula, Jacques Wagner é uma opção, em função do perfil progressista, popular, próximo dos sociais e sindicalistas. Por outro lado, Fernando Haddad representa uma geração mais jovem da agremiação, dentro da linha intelectual e acadêmica.

Ponto de vista

A tomada de decisão “prematura” pode ser ruim para a estratégia eleitoral do PT, no DF e nos demais estados, segundo o professor Afonso Magalhães. Até o momento, a pré-candidatura dele é a única de fato escrita e registrada. Mesmo assim, ele vê com bons olhos a paciência da agremiação na decisão. A próxima reunião da executiva regional pode inclusive ampliar o prazo de inscrições. Para concorrer, ele propõe um plano de governo com o “modo petista de governar”. “Não vou reinventar a roda”, resume. Melhorar os serviços públicos, valorizar os trabalhadores e reforçar mecanismos de democracia direta são questões basilares. Honrar os compromissos com as categorias também é indiscutível, podendo lançar mão de ferramentas para aumentar a arrecadação. A ampliação dos horários do transporte público é outra bandeira. “Brasília hoje tem toque de recolher no transporte. É um absurdo. Tolhe a juventude”, completa. Simpático às eleições diretas para administradores regionais, afirma que em um eventual governo o GDF não estará disponível para loteamento de cargos em troca de apoio.

Fonte: Jornal de Brasília

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