Projeto prevê a geração de energia a partir da incineração de resíduos urbanos e pode abastecer mais de 700 mil residências, além de reduzir custos em saúde pública e proteger o meio ambiente
Em uma agenda intermediada pelo empresário e jornalista Eugênio Piedade, o secretário de Governo do Distrito Federal, José Humberto Pires, recebeu o presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), associação que defende a tecnologia de incineração de resíduos para produzir energia, Yuri Schmitke, no fim da tarde da sexta-feira da semana passada, para apresentar projeto de gestão de lixo em Brasília.
José Humberto acompanha com preocupação o problema de acúmulo de lixo produzido no DF desde 2007, quando foi secretário de Governo do GDF, ao lado do engenheiro Cássio Taniguch, então secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal. Naquela época, ambos trabalharam fortemente em busca de uma solução para o Lixão da Estrutural, que embora desativado, hoje ocupa ainda 16 andares de lixo e ocupa área equivalente a mais de 250 campos de futebol.
“A Secretaria de Governo do GDF atua na gestão do governo. Ajuda na integração dos programas desenvolvidos pelas secretarias, seguindo o programa de governo definido pelo governador. O papel do secretário de Governo do GDF é ajudar a destravar os projetos que geram empregos e renda, com prioridade para aqueles que trazem qualidade de vida para a população”, explicou José Humberto.
No caso do destino do lixo produzido no DF, precisamos encontrar uma solução para aquela parcela do lixo que não cabe na Economia Circular, especialmente a reciclagem. O Brasil enterra em lixões e aterros sanitários, mais de 80% do lixo, quando poderíamos produzir riqueza e energia. Resolver o problema do destino final do lixo é importante para os cofres do GDF, para a Saúde Pública e para o Meio Ambiente, reconheceu o experiente secretário.
Desde 2019, tramita no GDF um projeto coordenado pela Secretaria de Projetos Especiais, que envolve investimentos da ordem de R$ 3,1 bilhões, com o objetivo final de garantir o tratamento e a correta destinação de todo o lixo urbano do Distrito Federal.
O projeto de gestão de resíduos sólidos urbanos do DF prevê a geração de energia (resultado da recuperação energética dos resíduos) suficiente para abastecer mais de 700 mil residências, frota de veículos oficiais ou prédios públicos. Por outro lado, resultará em diversos custos evitados, como por exemplo, gasto estimado em saúde pública estimado em milhões, com a prevenção de doenças da ordem de R$ 3,6 bilhões com a prevenção de doenças provenientes dos aterros do DF. Os R$ 4,6 bilhões é um número estimado para o Brasil.
O projeto de Brasília está dividido em dois. De um lado o lixo que pode ser direcionado à Economia Circular. Trata-se dos resíduos que podem ser aproveitados para a logística reversa, reciclagem, compostagem, captação de gás