Maioria dos brasileiros não acredita que Trump conseguirá reverter inelegibilidade de Bolsonaro
A maior parte da população brasileira não vê chances de que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga influenciar o cenário jurídico de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (28), 59% dos entrevistados acreditam que a investida do republicano não mudará a inelegibilidade do ex-presidente brasileiro, enquanto 31% acham que sim. Outros 10% não souberam ou preferiram não responder.
A sondagem foi realizada entre os dias 10 e 13 de julho, com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com índice de confiança de 95%.
Trump voltou a se manifestar sobre o aliado brasileiro no último dia 7, classificando os processos contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. Em 9 de julho, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, citando a situação jurídica do ex-presidente como parte da motivação.
Avaliação varia conforme o voto e a posição política
A percepção sobre a eficácia da ação de Trump varia de acordo com o voto na eleição de 2022. Entre eleitores de Lula, 69% não acreditam em qualquer mudança no status de Bolsonaro; 23% acham que a pressão americana pode surtir efeito. Já entre os eleitores de Bolsonaro, o quadro é mais dividido: 46% confiam na interferência de Trump, contra 45% que não.
Entre os que votaram branco, nulo ou se abstiveram, 59% também descartam impacto da medida norte-americana, enquanto 27% acreditam em alguma influência.
A divisão também é nítida entre perfis ideológicos. Entre os que se identificam como de esquerda, 80% consideram que Trump não ajudará Bolsonaro. O número cai para 67% entre os petistas. Já entre bolsonaristas, 52% confiam que a tarifa imposta pelos EUA poderá beneficiar o ex-presidente. Entre os que se consideram de direita, o índice é de 40%.
Situação jurídica de Bolsonaro
Jair Bolsonaro enfrenta duas condenações de inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está impedido de concorrer a cargos públicos até 2030. Além disso, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tramar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.