O Brasil atingiu a trágica marca de 200 mil vidas perdidas pelo novo coronavírus e, apesar da expectativa pela chegada da vacina ao país, epidemiologistas e médicos na linha de frente temem uma explosão de casos após as festas do final do ano, com o registro nesta quinta (7) de um novo recorde diário de infecções e o segundo maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia.
Mais 1.524 vítimas fatais da doença foram registradas nesta quinta no país, elevando o total para 200.498, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram registrados quase 88 mil novos casos de Covid-19 no país.
O Brasil voltou a registrar índices de transmissibilidade da doença similares a períodos críticos, e o sistema de saúde tem novamente se aproximado de um possível colapso, sem que tenham sido impostas medidas rígidas de isolamento social como aquelas adotadas no início da pandemia para conter o vírus.
Depois que os casos e óbitos tiveram uma queda em setembro e outubro, os números voltaram a subir novamente em novembro e dezembro, e começaram este ano ainda mais elevados.
“Infelizmente estamos vivendo o período de transmissibilidade igual ao pior momento da pandemia, julho e agosto do ano passado”, disse Alexandre Naime, chefe do departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Era fundamental que fossem impostas restrições em diversos setores, mas na verdade cada um tem que se cuidar, porque aparentemente não teremos mais nenhuma medida nesse sentido por parte dos governos”, acrescentou.
Sem o controle mais rígido da movimentação das pessoas e do funcionamentos dos estabelecimentos, diversas cenas de festas e aglomerações se espalharam pelo país, frequentadas principalmente por jovens de classes sociais mais abastadas, que passaram a concentrar grande parte dos casos de Covid-19 no país.