Bolsonaro ataca Alexandre de Moraes em ato na Avenida Paulista: críticas e pedidos de impeachment
O ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste sábado, 7, desviou o foco das celebrações cívicas e foi marcado por ataques contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o evento, Moraes foi chamado de “ditador”, “inimigo do povo” e “psicopata”. Bolsonaro dividiu o trio elétrico com aliados políticos, incluindo deputados federais e senadores do PL, além do pastor protestante Silas Malafaia. Outras autoridades presentes foram o ex-ministro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os primeiros discursos foram feitos pelos deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Bia Kicis (DF), Julia Zanatta (SC), Gustavo Gayer (RJ), Nikolas Ferreira (MG) e o senador Magno Malta (ES), todos do PL, e por Silas Malafaia. Todos atacaram Moraes, pediram sua saída e prometeram apresentar um pedido de impeachment na próxima segunda-feira, 9. Eles também direcionaram recados ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), responsável por decidir se o processo seguirá adiante. A expectativa é de que o pedido seja bloqueado na mesa de Pacheco.
Eduardo Bolsonaro fez a declaração mais contundente, chamando Moraes de “psicopata” e acusando Rodrigo Pacheco de “covarde”. Ele defendeu quatro bandeiras para os parlamentares de direita, incluindo a anistia aos presos do 8 de janeiro.
“A lei deve ser um instrumento de Justiça, e não a arma de um psicopata”, disse Eduardo Bolsonaro. “Pelo fim da perseguição de inocentes e prisões políticas; anistia para todos os presos políticos; o encerramento de todos os inquéritos ilegais derivados do ‘inquérito do fim do mundo’; e o impeachment de Alexandre de Moraes”, concluiu.
O pastor Silas Malafaia, conhecido crítico de Moraes, afirmou que, embora não caluniaria o ministro, Moraes cometeu crimes e “rasgou a constituição” com suas decisões contra Bolsonaro.
Bolsonaro encerrou os discursos atacando novamente o ministro do STF. Para ele, Moraes é um “ditador” e defendeu um freio às suas ações, negando que as invasões de 8 de janeiro tenham sido uma tentativa de golpe.
“Espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou o ex-presidente. Bolsonaro também se disse confiante na reversão de sua inelegibilidade, que foi imposta após condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques às urnas eletrônicas e uso eleitoral nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.
Bolsonaro também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), justificando sua ausência na posse do atual chefe do Planalto, afirmando que não “passaria a faixa para um ladrão”.
Tarcísio de Freitas: tom moderado
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, adotou um tom mais moderado em comparação aos demais participantes. Visto como um pacificador nas relações entre o presidente e Moraes, Tarcísio considerou abusivas as condenações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. Ele também mencionou que Bolsonaro foi maltratado durante seu mandato, ressaltando que o ex-presidente nunca tentou “fechar um veículo de comunicação”.
A fala de Tarcísio foi interpretada como uma crítica indireta ao ministro pela suspensão da rede social X e pelas decisões contra emissoras e jornais, como a investigação da Jovem Pan e a proibição de uma entrevista de um aliado de Bolsonaro à Folha de S.Paulo.