Pegou mal vídeo em que leão identificado com o nome do presidente se vê acuado por hienas identificadas por STF, partidos de oposição, OAB entre outros. O STF repreendeu por meio de Celso de Mello.
O presidente Bolsonaro se retrata sobre video divulgado em rede social. “Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido”, afirmou.
No vídeo, o leão, identificado como Bolsonaro, é acuado por hienas com símbolos que representam instituições vistas como rivais. Por exemplo: partidos políticos (PT, PSDB, PDT, PSL), o Supremo Tribunal Federal (STF), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e veículos de imprensa.
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Foto: Reprodução/Twitter
Em seguida, surge outro leão, descrito como “conservador patriota”, que expulsa as hienas. Aparece a seguinte mensagem: “Vamos apoiar o nosso presidente até o fim!! E não atacá-lo! Já tem a oposição para fazer isso”. Os leões se cumprimentam, e surge a imagem de Bolsonaro, uma bandeira do Brasil e a voz do presidente repetindo seu slogan: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.”
Postado na segunda-feira (28), o vídeo foi excluído das redes sociais de Bolsonaro, mas segue sendo compartilhado por outros perfis. Nesta terça, a hashtag #hienasdetoga é uma das mais comentadas no Twitter.
“Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação”, disse o presidente.
O presidente afirmou ao jornal que orientou sua equipe a evitar este tipo de conteúdo. “O vídeo não é meu, esse vídeo apareceu, foi dada uma olhada e ninguém percebeu com atenção que tinham alguns símbolos que apareciam por frações de segundos. Depois, percebemos que estávamos sendo injustos, retiramos e falei que o foco [nas redes sociais] são as nossas viagens.”
Bolsonaro foi questionado se o responsável pelo post foi seu filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro.
“Não se pode culpar o Carlos. A responsabilidade final é minha. O Carlos foi um dos grandes responsáveis pela minha eleição e é comum qualquer coisa errada em mídias sociais culpá-lo diretamente. A responsabilidade é minha, tem mais gente que tem a senha, e não sei por que passou despercebido essa matéria aí”, afirmou o presidente.
Em algumas ocasiões, Carlos Bolsonaro admitiu ter acesso à conta do pai no Twitter. Neste mês, ele se desculpou por ter postado, na conta do presidente, que o governo apoiava a prisão após condenação em segunda instância, no dia em que o STF iria debater o assunto.
Repercussão negativa
A postagem rendeu duras críticas. Entre elas, uma do ministro Celso de Mello, o mais antigo do STF. “A ser verdadeira a postagem feita pelo senhor presidente da República em sua conta pessoal no ‘Twitter’, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções”, diz nota assinada por Mello.
O ministro disse também que, ao apresentar o STF como um dos opositores de Bolsonaro, o vídeo revela “absoluta falta de estatura presidencial”. Para Mello, a atitude é de quem desconhece o princípio da separação de poderes. Com informações do Estadão online.