Vacinação de criança não é para uso político. O presidente Jair Bolsonaro, volta tentar polemizar quanto às determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Presidente não precisa de oposição, a própria língua o prejudica e muito
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira a autorização de vacinas contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos, questionando “qual o interesse das pessoas taradas por vacina”. Bolsonaro disse que os pais de crianças não devem se deixar levar “propaganda” e afirmou desconhecer casos de óbitos causados pela doença nessa faixa etária — apesar de dados do próprio governo mostrarem 301 mortes.
Bolsonaro criticou a Anvisa pela decisão, mas a medida foi referendada pelo seu governo: o Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira, cerca de 20 dias após a decisão da Anvisa, que a imunização deve começar na próxima semana.
“A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. A minha opinião, quero dar para você aqui: a minha filha de 11 anos não será vacinada. E você tem que ler o que foi feito ontem no Ministério da Saúde, o encaminhamento disso daí, para você decidir se vai vacinar o seu filho de 5 a 11 anos ou não”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Nova, de Pernambuco.
Com o mesmo clima de lástima demonstrado na coletiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta (5), Bolsonaro levanta dúvidas, para conturbar o cenário político. E, ao mesmo, tempo confundir o povo brasileiro.
Além de ser um péssimo exemplo, como líder de uma nação, reforça que sua filha de 11 anos não será vacinada. Há quem já esteja especulando que o mandatário poderá sofrer derrota nas urnas, nos bastidores políticos de oposição e alguns governistas.