O presidente Jair Bolsonaro participa nesta quinta-feira, 22, da Cúpula do Clima, primeiro grande evento comandado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O presidente vai pedir U$ 1 bilhão.
Cerca de 40 países confirmaram presença que, pela pandemia de Covid-19, vai acontecer por videoconferência e o mandatário brasileiro será a sétima autoridade a falar.
A expectativa é de um pronunciamento mais moderado de Bolsonaro, que deverá sinalizar o empenho do Brasil para conter o desmatamento.
O presidente deve anunciar o aumento de recursos para a fiscalização ambiental e lembrar que para isso, no entanto, o país precisa de ajuda internacional.
Por outro lado, o governo norte-americano já anunciou que futuros repasses estão sujeitos ao cumprimento de metas.
Na carta encaminhada a Joe Biden, o presidente brasileiro adotou um tom mais moderado. O coordenador do Observatório do Clima, Cláudio Angelo, ressalta, no entanto, que apenas o discurso não vai mudar a situação do Brasil.
“Parece que o que vai acontecer é que o Brasil vai ficar olhando de fora os países grandes se engajarem de verdade nessa nova economia, na recuperação verdade, nesses novos negócios, enquanto a gente tenta fazer força para não retroceder em coisas que considerávamos quase superadas”, disse.
Ele aponta também como um avanço o fato dos Estados Unidos retomarem a discussão do problema.
“A cúpula marca uma espécie de realinhamento global, vai ser a reestreia dos EUA nessa agenda climática. Passaram quatro anos afastando e sendo o maior emissor histórico do mundo, nada pode acontecer sem a participação americana.”
Cláudio Angelo lembra que existe uma preocupação grande dos demais países para fazer com que o Brasil se engaje nessa questão do desmatamento, uma vez que mexer em floresta seria o jeito mais fácil e mais barato de reduzir as emissões no mundo.
Ele ressalta no entanto, que não há qualquer sinalização do governo de mudanças práticas na condução da política ambiental.