Neste sábado (2), Bolsonaro se reuniu com os chefes das Forças Armadas e os generais que integram sua equipe ministerial. Ele citou dificuldades para governar devido ao que ele chama de “constante interferência do Judiciário”. Ele frisou que não irá aceitar mais isso. Nesta segunda-feira (4), nomeou o delegado Rolando Alexandre de Souza para a Diretoria-Geral da Polícia Federal.
Basicamente, ele ameaçou fazer uma ruptura institucional, no sentido de eventualmente descumprir determinações futuras da Corte. Neste segunda-feira (4), nomeou o delegado Rolando Alexandre de Souza.
Bolsonaro voltou a participar, no fim da manhã deste domingo (3), de uma manifestação na qual teve como alvos o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
Em discurso aos manifestantes, o presidente – num tom de desafio aos demais poderes – pediu a Deus para não ter problemas nessa semana porque, segundo afirmou, “chegou ao limite”. Bolsonaro não esclareceu o que isso significa.
O protesto contra o STF e o Congresso ataca dois pilares do sistema democrático, o que torna fora da lei os pedidos de fechamento. Os atos também criticaram o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
Faixas pediam o fechamento do STF e “intervenção militar com Bolsonaro”, o que é considerado apologia contra a democracia e, portanto, ilegal e inconstitucional.
Interferencias
Sem citar diretamente a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, Bolsonaro disse que “não vai mais admitir interferências”.
“Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente.”
A decisão do ministro Alexandre de Moraes se baseou em análise prévia de provas que indicaria que a nomeação de Ramagem representava um desvio de finalidade, com o objetivo de interferir em investigações da Polícia Federal.
No discurso, Bolsonaro disse que as Forças Armadas estão com ele e que “chegou ao limite”, que “não tem mais conversa” – sem explicitar o que isso significa, e o que pretende fazer caso haja novas decisões judiciais sobre atos da presidência da República considerados ilegais.
“Povo está conosco”
“Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas – ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade – também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo.”
“Vamos tocar o barco. Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Tá ok? Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF”, completou o presidente.