Bolsonaro | Liberdade de imprensa

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O presidente Jair Bolsonaro (PL), surpreendeu ao final de seu pronunciamento na abertura dos trabalhos legislativos, na quarta-feira (2), no Congresso Nacional, quando, em pronunciamento, defendeu a liberdade de imprensa.

Regulamentação da mídia

O Presidente da República exortou o Congresso a rechaçar tentativas de regulamentação dos meios de comunicação. “Não deixemos que qualquer um, quem quer que esteja no Planalto, ouse regular a mídia. A nossa liberdade e a liberdade de imprensa, garantidas na Constituição, não podem ser arranhadas”, disse Bolsonaro.

Aplausos ao presidente

O histórico das atitudes de Bolsonaro antes do ano eleitoral, contrária sua manifestação democrática, em favor dos meios de comunicação. Talvez a posição do PT em querer regulamentar os meios de comunicação tenha feito Bolsonaro ir em direção contrária. De qualquer forma, aplausos ao presidente pelo que afirmou no Parlamento.

Ataque sistemático

Marcelo Rech, presidente da ANJ: “governos passam e a imprensa fica”

O jornalista Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), disse a coluna Repórter Brasília que “olhando isoladamente é uma posição meritória, uma posição louvável, mas sempre lembrando que o histórico do presidente Bolsonaro é outro. É de um ataque sistemático à imprensa, de intimidação virtual que é uma forma de intimidação e também usando a própria caneta para enfraquecer a imprensa, o que é um ataque a própria imprensa e à liberdade de imprensa”.

Balanços e Editais

Bolsonaro deliberadamente assinou duas medidas provisórias para acabar com a publicação de balanços nos jornais, depois foram os editais, com o objetivo declarado dele de tirar recursos.

Intimidação e ataque

O histórico dele tem sido de intimidação e ataques à imprensa, embora ele, de fato, não tenha apresentado nenhuma proposta de regulação adicional aos meios de comunicação.

Governos passam, imprensa fica

Questionado se a relação imprensa e Jair Bolsonaro neste ano eleitoral poderá agravar-se, Marcelo Rech repetiu o que costuma dizer: “os governos passam e a imprensa fica”.

O presidente da ANJ lembrou que a imprensa foi muito atacada também nos governos do PT, e ainda é atacada por dirigentes petistas e é muito atacada no Governo Bolsonaro.

Separar crítica de ataque

Dentro de um limite, tem que separar o que é critica ou ataque, destacou Rech, explicando: “a crítica é saudável, louvável; o ataque é uma tentativa de destruição da instituição imprensa. Quando intimida, quando tenta enfraquecer do ponto de vista econômico ou quando tenta usar a caneta para regulação ou para tirarem recursos da imprensa, é ataque”, acentuou o presidente da ANJ.

Autocracias e semelhanças

Vemos no Brasil formas utilizadas em países que são autocracias (Poder ilimitado e absoluto) e que tem semelhanças com o governo Bolsonaro. Marcelo Rech citou  a Polônia, a Hungria, a Turquia, a Rússia, a Venezuela, que é um caso extremo, em tese, uma liberdade de imprensa oficial, mas não tem mais imprensa ou a imprensa está de tal forma enfraquecida que ela é transferida para amigos do chefe de Estado de plantão e passa a ser uma imprensa subserviente. Na Rússia acontece isso em alta escala, na Venezuela, nem se fala, não existe mais imprensa a não ser uns poucos blogs e sites.

Poder ilimitado

Na avaliação do jornalista Marcelo Rech, “corre-se esse risco também no Brasil, um governo com poder ilimitado. O Bolsonaro tentou implementar isso no primeiro ano de governo e o governo do PT também tentou com o comando do ministro José Dirceu  que se movimentou para criar veículos alinhados ao governo: blogs, sites, e até jornal, que foram impulsionados como veículos alinhados. Uma maneira de enfraquecer aqueles que são independentes e robustecer, com dinheiro público, aqueles que são alinhados, subservientes”.

Informação clara e transparente

A melhor defesa da imprensa é informação clara e transparente, informar esses movimentos, relatar esses movimentos, alertar a população e às instituições para esse tipo de instrumento ou de tentativa de instrumentalização da imprensa pelos governantes para que não avancem.

Instituição global interligada

Liberdade de Imprensa 2921 (Mundo)

Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, que avalia a cada ano a situação da liberdade de imprensa em 180 países e territórios, mostra que o exercício do jornalismo, principal vacina contra o vírus da desinformação, está gravemente comprometido em 73 dos 180 países do Ranking elaborado pela RSF e restringido em outros 59, num total de 73% dos países avaliados. Esses dados correspondem ao número de países classificados em vermelho ou preto no mapa mundial da liberdade de imprensa, ou seja, aqueles em que o jornalismo se encontra em uma “situação difícil” ou “grave”, e aqueles classificados na zona laranja, onde o exercício da profissão é considerado “sensível”.

Outra providência para defender a liberdade de imprensa é acionar as entidades internacionais, para mostrar essas tentativas. A visão de fora, muitas vezes constrange. É verdade que, nem sempre, no caso da Venezuela, não constrangeu, da Hungria, e na Turquia também não. Mas, pelo menos, o Governo fica sabendo que a imprensa não é uma instituição isolada no País, ela é uma instituição mundial, de alcance global, interligada.

Solidariedade mundial

Quando um jornalista, no México, é assassinado, acentua o presidente da ANJ, todos os jornalistas do mundo se levantam e se indignam. Quando um veículo de comunicação é censurado na Rússia, toda a imprensa mundial é solidária.

“Ondas desinformativas”

O jornalista Marcelo Rech mantém seu otimismo com o futuro do jornalismo. Ele reconhece os desafios cada vez maiores hoje  diante do exercício  da atividade jornalística. Presidente da Associação Nacional de Jornais  (entidade que representa os principais jornais do País), desde 2016, já no segundo mandato, entende que  o jornalismo nunca pareceu tão necessário, diante do que chama de “ondas desinformativas” que se valem de um ambiente de avanço das plataformas digitais, com tudo que elas apresentam de positivo e de negativo no ambiente da comunicação, brasileira e mundial.

Edgar Lisboa, Repórter Brasília

Fonte: https://reporterbrasilia.com.br/liberdade-de-imprensa-6/

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