O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo. A exoneração ocorreu “a pedido”, segundo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e publicado no “Diário Oficial da União” desta sexta-feira (24).
Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da ABIN, é quem deve assumir a direção-geral da PF no lugar dele. Moro entende que a autonomia foi alvejada com interferência de Bolsonaro na instituição. Ás 11h00, logo mais, Moro concederá entrevista coletiva. A permanência dele na pasta ficou sem chance com a exoneraça de seu ex-braço direito.
Ao longo da tarde e noite da quarta-feira, aliados tentaram convencer Bolsonaro a não insistir na troca.
Claro que não por Valeixo em si, mas para garantir a permanência de Moro no ministério da Justiça e no governo. Segundo interlocutores, Moro está muito chateado.
O que mais incomoda Moro é a ingerência de Bolsonaro na PF, confrontando a “carta branca” prometida a ele ao aceitar abrir mão da magistratura.
Moro, no entanto, foi pego de surpresa pela exoneração e ficou indignado. Como o cargo é de livre nomeação do presidente, o ministro não precisaria assinar o despacho. Moro pretende dar uma entrevista ainda na manhã desta sexta.
Na quinta-feira, o ministro havia dito ao presidente que pediria demissão se Valeixo fosse demitido. Oficialmente, o Ministério da Justiça nega que Moro tenha chegado a pedir demissão.
Questionado por apoiadores no fim da tarde, ao chegar à residência oficial do Palácio do Alvorada, Bolsonaro não respondeu.
Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o mais cotado. Para o lugar de Valeixo. Ele foi coordenador de segurança de Bolsonaro na campanha de 2018 e se aproximou dos filhos do presidente, mas não conta com o apoio de Moro;
Também ventila-se o nome de Anderson Gustavo Torres, secretário de segurança pública do DF;
E por fim Fabio Bordignon, diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que conta com a aprovação e confiança de Moro.
Operação Alquimia
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 23, a Operação Alquimia, a primeira ação que investiga desvio de recursos relacionados à Covid-19, para apurar indícios de irregularidades na compra de livros pela Prefeitura de Aroeiras, no interior da Paraíba, com recursos do Fundo Nacional de Saúde.
Segundo a corporação, a aquisição se deu por meio de procedimentos de inexigibilidade de licitação. Sob o argumento de auxílio na disseminação de informação e combate à pandemia do coronavírus, que provocou superfaturamento correspondente a R$ 48.272,00.