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Bolsonaro diz ser o pai do Pix, critica tarifas dos EUA e afirma que poderia negociar diretamente com Trump para barrar retaliações comerciais ao Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) que foi o criador do Pix, relacionou o sistema de pagamentos à investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil e se colocou à disposição para negociar com Donald Trump a suspensão das tarifas de 50% anunciadas contra produtos brasileiros.
“Os bancos perderam mais de R$ 20 bilhões com o Pix, Ted e DOC. E eu não taxei o Pix. O Pix tem nome: Jair Bolsonaro”, declarou. Apesar disso, o projeto foi iniciado no governo Temer, em 2018, e Bolsonaro só tomou conhecimento da ferramenta em 2020, quando já estava em fase de testes, como apontado pelo Estadão Verifica.
Bolsonaro sugeriu que, se estivesse com o passaporte em mãos — retido por decisão da Justiça —, poderia conter a crise. “Acho que teria sucesso com uma audiência com o presidente Trump. Estou à disposição. Se me derem um passaporte, eu negocio”, afirmou.
O ex-presidente também destacou a atuação do filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março e teria, segundo ele, capacidade de articulação com parlamentares e membros do governo Trump. “Ele é mais útil lá do que aqui”, disse Bolsonaro, que ainda admitiu que Eduardo pode abrir mão do mandato por excesso de faltas.
Sobre a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Bolsonaro foi direto: “Louvo o Tarcísio, mas ele não vai conseguir negociar. Isso é com o Brasil, não com um estado. E está na cara que o Trump não vai ceder”.
Na terça-feira (15), os EUA abriram uma investigação formal contra o Brasil com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. Já nesta semana, pesquisa Genial/Quaest mostrou que 72% dos brasileiros acreditam que Trump está errado ao aplicar a tarifa, mesmo diante da alegação de perseguição judicial a Bolsonaro.
