Ex-presidente Jair Bolsonaro afirma que ação armada de Carla Zambelli impactou sua eleição e custou votos decisivos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a derrota na eleição de 2022 à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que, na véspera do segundo turno, sacou uma arma e perseguiu um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua no bairro Jardins, em São Paulo.
“A Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, afirmou Bolsonaro durante participação no podcast Inteligência Ltda., nesta segunda-feira, 24. Para o ex-presidente, a atitude da deputada foi associada à sua política de ampliação do porte de armas, o que teria lhe custado votos.
Zambelli responde na Justiça por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo devido ao episódio. Até o momento, cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram para condená-la à perda de mandato. No entanto, o ministro Nunes Marques pediu vista, suspendendo o julgamento nesta segunda-feira. Para que a decisão seja consolidada, são necessários seis votos.
Durante a entrevista, Bolsonaro destacou o impacto do episódio na campanha: “Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: ‘olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu. São Paulo estava bem, né?”. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participava do programa, respondeu: “A gente estava com 20 pontos [de vantagem]”.
A defesa de Zambelli encarou com “esperança” o pedido de vista de Nunes Marques e afirmou esperar que ele e os demais ministros “possam examinar minuciosamente o processo e constatar, como exposto nos memoriais encaminhados, que não pode prevalecer o voto condenatório proferido pelo Eminente Ministro Relator”.