Bolsonaro questiona imparcialidade do TSE e denuncia paralelo com práticas da Nicarágua
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, fez declarações contundentes à imprensa durante um evento do Partido Liberal (PL) nesta terça-feira, abordando a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível.
Segundo Bolsonaro, a razão por trás de sua inelegibilidade é inexplicável. “Reunir com embaixadores? Falar de urnas eletrônicas? Sempre defendi o voto impresso, desde 2012. Isso é uma questão de inelegibilidade ou um julgamento politiqueiro? É politiqueiro”, afirmou o ex-presidente. Ele questionou a imparcialidade do TSE, sugerindo que o clima e o humor dos juízes influenciaram na decisão. “Ué, é assim que deve se comportar um juiz? Se eu não gosto de você, eu voto contra?”, indagou.
Bolsonaro destacou a necessidade de reverter a decisão em nome da justiça. “Vamos esperar o tempo passar, para ver como fica essa situação. Agora, o método adotado pelo TSE e o Lula é o método da Nicarágua de, simplesmente, tornar inelegível ou prender os opositores ao sistema”, disse o ex-presidente.
O ex-chefe de Estado fez uma analogia com as práticas da ditadura da Nicarágua, liderada por Daniel Ortega. Denunciou ações como o confisco de bens dos opositores, tortura e cerceamento de direitos individuais e políticos, destacando as violações cometidas. Bolsonaro não poupou críticas ao presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, ressaltando sua amizade com Ortega. Durante a campanha eleitoral, Lula negou qualquer vínculo com o líder nicaraguense, mas após a eleição, propôs ao Conselho de Direitos Humanos da ONU o estabelecimento de um ‘diálogo construtivo’ com o regime da Nicarágua.
Essas declarações aprofundam as divisões políticas no cenário brasileiro e geram debates sobre a independência do judiciário e as relações diplomáticas do país. O desenrolar desse cenário político promete continuar sendo objeto de acirradas discussões nos próximos dias.
