Bolsonaro promete processar Haddad e critica economia brasileira
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que irá processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após declarações sobre a suposta compra de imóveis com recursos de rachadinha e sua ligação com uma fake news envolvendo a falsa taxação do Pix. Durante entrevista no Aeroporto de Brasília, Bolsonaro acusou o governo de perseguição política e criticou o desempenho de Haddad, comparando-o de forma desfavorável ao ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Vou processar o Haddad. Eles não têm o que fazer, sempre me acusam de alguma coisa. Falou que eu comprei 101 imóveis, sem origem de dinheiro”, afirmou Bolsonaro, rebatendo as acusações. Ele negou envolvimento em esquemas de rachadinha, alegando que nunca ocupou cargo público no governo federal. Segundo ele, a única alternativa é recorrer à Justiça.
A tensão entre os dois escalou após Haddad, em entrevista à CNN, sugerir que Bolsonaro estaria relacionado a um vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que propagava desinformação sobre o Pix. O ministro também vinculou o ex-presidente a investigações sobre propriedades adquiridas pela família Bolsonaro e irregularidades como o caso das joias sauditas.
Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar a condução econômica do país, chamando Haddad de “piada”. Ele expressou descontentamento com as políticas do atual governo e defendeu as práticas de sua gestão, exaltando os feitos de Paulo Guedes.
No mesmo evento, Bolsonaro acompanhou sua esposa, Michelle Bolsonaro, que embarcou para os Estados Unidos, onde participará da posse de Donald Trump. Bolsonaro, por sua vez, segue impedido de viajar ao exterior devido à retenção de seu passaporte por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A escalada de acusações e processos entre figuras de destaque da política nacional ressalta o clima de polarização que ainda permeia o cenário político do Brasil. As alegações de corrupção e desinformação, somadas a críticas de gestão econômica, reforçam a persistência de disputas que impactam o debate público e a confiança nas instituições.