Bitcoin chega a R$ 284 mil com valor de quase 100% no acumulado de 2021

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Demonstrando mais um recorde no mercado financeiro, o bitcoin bateu, nesta sexta-feira (19), a marca dos R$ 284 mil, com uma valorização de quase 100% no acumulado de 2021.

A criptomoeda também bateu um recorde em valor de mercado (cotação multiplicada pelo total de bitcoins disponíveis no mundo), chegando à casa dos R$ 5,4 trilhões. Com isso, o mercado de bitcoin já vale mais que todas as empresas da bolsa de valores brasileira juntas, que somam R$ 5,1 trilhões, segundo informações da B3.

Desde 2019, o bitcoin tem apresentado recorrentes recordes de valorização. A exceção foi em fevereiro de 2020, no pico mundial da pandemia do novo coronavírus, quando a criptomoeda apresentou uma queda acentuada. No entanto, sua recuperação foi rápida e, no acumulado do ano, teve avanço de 276% em relação ao dólar e 400% em comparação com o real.

Esses resultados positivos fizeram a moeda superar ativos tradicionais em rentabilidade, como o ouro, que perdeu a liderança em um ano marcado pela imprevisibilidade. Agora, com essa nova guinada, supera a Bovespa, compostas por marcas já consolidadas nacionalmente, como a Ambev, avaliada em R$ 246 bilhões. Em termos internacionais, apenas quatro empresas dos Estados Unidos valem mais que o mercado de bitcoin: Apple, Amazon, Microsoft e Google.

Apesar das frequentes altas, especialistas ainda não enxergam com bons olhos a valorização do bitcoin. “Ativos criptográficos continuam a ser classificados como o hedge mais pobre para grandes perdas em ações, com benefícios de diversificação questionáveis ​​a preços muito acima dos custos de produção, enquanto as correlações com ativos cíclicos estão aumentando à medida que a propriedade criptográfica é incorporada”, disse o banco de investimentos JP Morgan.

Analistas do JP Morgan ainda afirmam que os preços atuais do bitcoin estão bem acima das estimativas de valor justo. Alguns investidores também apontam que a volatilidade da moeda ainda é um grande obstáculo para que ela se torne um dos meios de pagamentos generalizados.

Para Vinicius Frias, CEO do Alter, um banco digital multimoeda, essa valorização está ligada ao excesso de liquidez do mercado e a necessidade dos governos em injetar dinheiro na economia para frear os problemas da crise sanitária. Para fugir desse movimento, que aumenta a inflação e provoca perda do poder de compra, muitas pessoas e companhias estão recorrendo ao criptoativo, que se apresenta como uma saída.

Frias afirma que a tendência para 2021 é de crescimento contínuo, principalmente pela institucionalização da criptomoeda, exemplificada na transação da Tesla, que, na semana passada, anunciou a compra de US$ 1,5 bilhão em bitcoins, cerca de 10% do caixa da marca.

“As empresas estão comprando bitcoins para ter, no balanço, uma certa proteção a um movimento de desvalorização das moedas. Os governos tendem a seguir com este estímulo econômico, então acredito que ele vai continuar subindo”, avalia.

“As pessoas não vão parar de investir na bolsa, mas já enxergam que podem aplicar um pouco também em bitcoin, e isso deve se intensificar. A porcentagem de investimento nesta modalidade depende muito do perfil de risco de cada pessoa, mas o indicado é que esteja entre 1% e, no máximo, 10%, para perfis mais agressivos”, complementa Frias.

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