O depoimento do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, previsto para esta terça (11) dará elementos para os senadores da CPI da Covid confirmarem a existência do “Ministério Paralelo da Saúde” do governo Jair Bolsonaro.
Além disso, deverá apontar o nome da médica Nise Yamaguchi como uma das cabeças do gabinete que agia à revelia do então ministro Luiz Henrique Mandetta, informa o jornalista Octavio Guedes da TV Globo.
Na reunião em que Barra Torres participou com Mandetta, foi Yamaguchi, que não desempenhava qualquer função pública, quem levantou a discussão de mudança na bula da cloroquina para incluir o combate à Covid-19.
Para surpresa de todos, foi apresentado um texto pronto para a publicação, propondo a alteração. O papel só não tinha brasão, mas era uma minuta de decreto pronto e acabado, indicando que o ministério paralelo produzia documentos que não passavam nem pelo Ministério da Saúde e nem pela Anvisa.
Barra Torres, se perguntado pelos senadores, contará que ficou perplexo com a ideia. Nise Yamaguchi é médica oncologista e imunologista.
Ela é defensora do uso da hidroxicloroquina no tratamento para a Covid-19, medicamento sem eficácia comprovada para tratar a doença, e chegou a ser cotada para o cargo de ministra da Saúde, após o pedido de demissão de Nelson Teich.
O “Ministério da Saúde Paralelo” defendia uso da cloroquina e contaminação em massa para acelerar a chamada imunidade de rebanho.
Veja a programação das audiências na CPI da Pandemia nesta semana:
Terça-feira (11)
- Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa
Quarta-feira (12)
- Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência
Quinta-feira (13)
- Marta Diez, presidente da Pfizer Brasil
- Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil
- Fernando Marques, presidente da União Química, representante da vacina Sputnik V no Brasil