O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, manteve, nesta quarta-feira, 9, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 2% ao ano. É o terceiro congelamento consecutivo após nove cortes seguidos iniciados em julho de 2019, quando a Selic estava em 6,5% ao ano.
A redução ao nível mais baixo da história foi anunciado em agosto e mantida nas duas últimas reuniões do colegiado.
O Copom se reúne a cada 45 dias, e este foi o último encontro de 2020. A próxima revisão será feita entre os dias 19 e 20 de janeiro do próximo ano.
A decisão do Banco Central está de acordo com o esperado pelo mercado diante dos sinais emitidos pela autoridade monetária em manter os juros baixos, apesar do avanço do IPCA, o índice oficial da inflação brasileira, pressionado principalmente pelo encarecimento dos alimentos.
Para os analistas, a taxa de juros deverá se manter neste patamar até o segundo trimestre do próximo ano.
“Apesar da elevação recente do IPCA, as projeções de inflação seguem abaixo ou próximas da meta no intervalo de 2021-2022. Nosso cenário é de que o ciclo de normalização da política monetária começaria no terceiro trimestre de 2021, encerrando o ano em 3%”, afirma Patricia Krause, economista para a América Latina da seguradora de crédito Coface.
O que é Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão constituído em 1996 no âmbito do Banco Central do Brasil com as finalidades de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros da economia brasileira.
Além disso, tem, ainda, a competência específica de regular a liquidez da economia, por meio dos instrumentos de política monetária. O Copom se reúne a cada 45 dias.
No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro.
No segundo dia, os membros do colegiado, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
E o que é Selic
Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Os juros são usados pelo Banco Central como uma ferramenta para tentar controlar a inflação, pois a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.
De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair.
Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. A Selic tem influência em todas as taxas de juros do país, como a dos empréstimos, financiamentos e das aplicações financeiras.
Quando o BC altera a meta da Selic para baixo, a rentabilidade dos títulos atrelados a ela cai e, com isso, o custo dos bancos também diminui.
Portanto, uma redução da Selic, por exemplo, deve fazer com que os juros cobrados pelas instituições financeiras em empréstimos também caiam.
Já o contrário ocorre quando a Selic sobe: o custo dos bancos aumenta e eles passam a cobrar mais pelos empréstimos.