Com a presença da polícia militar, durante o “pancadão” na comunidade, haverá ações ostensiva e preventiva na favela, segundo secretaria de Segurança Pública.
Uma semana depois da morte de nove jovens, volta a acontecer, neste sábado (7), o Baile da DZ7, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. De acordo com um cartaz que circula nas redes sociais, o “pancadão” será uma homenagem as vítimas, que tinham entre 14 e 23 anos. O anúncio pede para as pessoas irem vestidas de branco.
A Polícia Militar (PM) alega que a confusão começou após criminosos atirarem contra eles.
Nesta sexta-feira (6), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a polícia vai realizar ações neste fim de semana no baile. “Haverão (sic) procedimentos distintos, revisão de protocolo, mas a presença da Polícia Militar está assegurada na comunidade. Eles estão cientes disso, com a revisão de procedimentos. Mas a segurança continuará a ser feita na comunidade de Paraisópolis, como em todas as demais comunidades na região metropolitana de São Paulo”, afirmou.
Doria não deu detalhes de quais procedimentos serão revistos e disse que, na semana que vem, vai anunciar atividades de lazer, cultura, qualificação profissional e saúde para as favelas de Paraisópolis e Heliópolis.
O advogado Fernando Fabiani Capano, que defende os policiais envolvidos na ação, disse, também nesta sexta-feira (6), que os agentes conseguiram “evitar uma tragédia maior”. No entendimento dele, “o resultado trágico do último domingo nada tem a ver com a conduta direta ou indireta dos policiais militares que lá estavam”.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou preocupação a respeito dos fatos ocorridos em Paraisópolis. A CIDH condenou categoricamente a ação policial e cobrou que o Estado inicie, sem demora, uma investigação “séria, imparcial e eficaz” dos fatos, orientada a determinar a verdade.
O órgão, que pertence à Organização dos Estados Americanos (OEA) ainda pede a “individualização, julgamento e eventual sanção dos responsáveis pelos fatos”. Além disso, a comissão lembra que o Estado tem o dever de prestar reparação às vítimas de violência e suas famílias. A CIDH chamou o Estado brasileiro a revisar protocolos de segurança, com um foco em direitos humanos. O caso é investigado pela Polícia Civil e pela corregedoria da PM.