Ex-ministrto do Supremo Carlos Ayres Britto defendeu o impeachment de Jair Bolsonaro.
Ele disse declarou à Folha de S. Paulo: “Diria que o conjunto da obra sinaliza o cometimento de crime de responsabilidade.”
Brito arguiu, citando a Constituição:
“Pelo artigo 78, o presidente assume o compromisso de observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro. Ou seja, não é representante dos que votaram nele, dos ideólogos que pensam igual a ele. É de todo o povo. Menos incontinência verbal e mais continência à Constituição.
A sociedade civil vai entendendo que regime democrático é para impedir que um governante subjetivamente autoritário possa emplacar um governo objetivamente autoritário. Se o presidente não adota políticas de promoção da saúde, segmentos expressivos da sociedade —a imprensa à frente— passam a adverti-lo de que saúde é direito constitucional (…).
O povo diz ‘saúde é o que interessa, o resto não tem pressa’, a Constituição, que saúde é dever do Estado e direito de todos. Salta aos olhos: ele promove aglomerações, não tem usado máscara, não faz distanciamento social. Respostas como ‘e daí?’ ou ‘não sou coveiro’ não sinalizam um caminhar na contramão da Constituição?”
“Diria que o conjunto da obra sinaliza o cometimento de crime de responsabilidade.”, completou.