A Comissão Especial em Defesa dos Direitos da Pessoa com Epilepsia realizou hoje (27) audiência pública para discutir a situação dos estudantes acometidos da doença na rede pública de ensino do DF. O deputado Rodrigo Delmasso (Podemos), presidente da comissão, destacou as dificuldades que precisam ser enfrentadas para garantir ensino de qualidade a esses alunos. “Conheço algumas escolas, como o Centro de Ensino Especial do Guará, que possuem equipes extraordinárias, mas também há demanda por profissionais capacitados no ensino regular”, afirmou. Delmasso lembrou que “a epilepsia é a segunda doença mais estigmatizada do país, depois da Aids” e lamentou que “ainda há pessoas que acreditam que a epilepsia é contagiosa”.
Para a diretora de Ensino Especial do DF, Cláudia Amorim Madoz, a falta de informação sobre a doença ainda causa muitas dificuldades no meio social. “Sem informação adequada, o diagnóstico e o tratamento ficam prejudicados e a prática de bullying é fortalecida”, apontou. Madoz disse que a Secretaria de Educação tem realizado capacitações de educadores e salientou que hoje existem salas de recurso e equipes psicopedagógicas em todas as escolas. A diretora garantiu que todas as unidades escolares da Rede Pública de Ensino são inclusivas e observou que “quando a escola toma ciência da presença de um aluno com epilepsia, imediatamente é feito um trabalho de esclarecimento com os profissionais”.
Daniela de Oliveira, mãe integrante da Associação Viva Além das Crises, ressaltou a necessidade de se lutar pelos direitos dos filhos. “Nossa missão é garantir que nossos filhos sejam incluídos. São muitos os pais que necessitam de acolhimento e muitas vezes o atendimento não tem a qualidade necessária”, pontuou. Amanda Lima, também mãe de estudante com epilepsia, reclamou da falta de preparo de alguns profissionais da Rede Pública de Ensino. “Muitos professores escolhem trabalhar com turmas especiais somente porque o número de alunos é reduzido, mas nem sempre esses professores se preparam para atender esse tipo de estudante”, afirmou. Amanda também relatou que os professores em geral não estão capacitados para lidar com uma crise epiléptica. “Nossos filhos têm crises e precisamos correr para a escola, pois os professores não sabem o que fazer. É claro que não podemos exigir deles formação médica, mas eles precisam pelo menos saber o que está acontecendo”, afirmou.
Fonte: CLDF