Atos de oposição marcam Povo na Rua Fora Bolsonaro

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Estratégia é tirar vantagem dos bolsonaristas nas ruas

A presença da oposição ao presidente Jair Bolsonaro nas ruas no decorrer da pandemia de coronavírus tem sido um tabu, pois a maioria das lideranças mais à esquerda adere ao discurso sobre a importância das medidas de isolamento social para impedir infecções.

Após fins de semana seguidos de bolsonaristas realizando grandes atos em capitais, porém, os críticos do governo promovem, neste sábado (29), mais uma tentativa de protestar indo além dos tuitaços e panelaços, mas tentando equilibrar o ímpeto com o discurso sobre a necessidade de impedir a circulação do vírus da Covid-19.

Apesar de várias organizações políticas terem optado por não aderir, movimentos sociais, torcidas organizadas, sindicatos, personalidades políticas e artistas convocaram manifestações em ao menos 100 cidades brasileiras. Fora do Brasil, há previsão de atos em nove países.

A exigência de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dê seguimento aos processos de impeachment de Bolsonaro está na pauta dos manifestantes, como também reclamações por uma gestão mais eficiente da pandemia, pedidos pela aceleração da vacinação contra a Covid-19 e protestos contra privatizações e reforma administrativa.

Convocados sob o lema “Povo na Rua Fora Bolsonaro” nas redes sociais, os atos pelo Brasil reúnem milhares de confirmações, mas o tamanho do movimento ainda é uma incógnita, afinal os críticos de Bolsonaro costumam condenar as aglomerações promovidas por ele.

A convocação do ato, que até quinta-feira estava confirmado em 112 cidades, representa uma importante mudança de posição dos grupos de esquerda, que vinham evitando um chamamento do tipo em meio à pandemia — não raro, usavam isso para acusar os bolsonaristas de desrespeito à vida.

O protesto já estava agendado desde 11 de maio, após longos debates virtuais com mais de 300 dirigentes de entidades, como o MTST (sem-teto), MST (sem-terra), UNE (União Nacional dos Estudantes), Coalização Negra (antirracismo) e partidos políticos como PT, PSOL, PCdoB e Rede. Mas ganhou força com as aparições-espetáculos de Bolsonaro. “Decidimos que, depois de tanta espera, chegou o momento”, diz Raimundo Bonfim, líder da Central de Movimentos Populares.

A mudança de postura já havia sido sinalizada por Guilherme Boulos, coordenador do MTST, em entrevista a VEJA na semana passada. Para ele, a ideia é “equilibrar as forças na ruas”, que estão “defasadas” pelo fato de os opositores estarem recolhidos em casa em toda a pandemia como precaução contra a Covid-19.

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