Bolsonaro convoca ato por anistia a golpistas do 8 de Janeiro; protesto será em Brasília
Mesmo internado em uma UTI desde 11 de abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende convocar, por vídeo, uma nova manifestação para o dia 7 de maio, em Brasília, em defesa da anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A informação foi confirmada pelo pastor Silas Malafaia, coordenador do evento e uma das principais lideranças evangélicas aliadas ao ex-presidente.
Segundo Malafaia, o ato está previsto para começar às 16h e incluirá uma marcha até o Congresso Nacional. O objetivo declarado é pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o Projeto de Lei da Anistia — uma proposta criticada por juristas e setores democráticos por tentar apagar as responsabilidades de envolvidos na depredação das sedes dos Três Poderes.
Embora Bolsonaro não compareça fisicamente à manifestação, ele deve gravar um vídeo para convocar sua base, em mais um movimento de mobilização política mesmo após deixar o cargo e enfrentar diversas investigações. O protesto será transmitido ao vivo pelas redes sociais de Malafaia e deverá contar com a presença de parlamentares aliados e lideranças religiosas, principalmente do campo evangélico.
A manifestação é parte de uma série de atos promovidos em 2024 com foco na defesa de acusados e condenados por participação no 8 de janeiro — data marcada por uma tentativa de ruptura institucional, com ações violentas contra o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Grupos bolsonaristas já haviam realizado protestos semelhantes em Copacabana (RJ), em março, e na Avenida Paulista (SP), em abril. Para críticos, o ato do dia 7 de maio representa uma tentativa de reescrever os fatos e deslegitimar as decisões do Judiciário em relação a crimes já julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
A convocação do ato reacende o debate sobre os limites da liberdade de manifestação e os riscos da normalização de discursos antidemocráticos em um cenário ainda fragilizado pela polarização política e desinformação.