Um homem matou oito pessoas a tiros e deixou vários feridos em um prédio da empresa de entregas FedEx em Indianápolis, no estado de Indiana, por volta das 23h (horário local) de quinta-feira (15).
O atirador se matou com um tiro assim que os agentes chegaram ao local, segundo a polícia. A identidade do assassino e o motivo do ataque ainda não foram revelados.
Cinco pessoas foram hospitalizadas, uma delas com ferimentos graves, informou Genae Cook, porta-voz da polícia local. Outras foram sozinhas ao hospital e algumas, atendidas no local e liberadas.
Este é o sétimo ataque nos Estados Unidos em apenas um mês. Essa onda de violência já deixou mais de 40 mortos e dezenas de feridos e foi classificada pelo presidente americano, Joe Biden, como uma “epidemia” e “vergonha internacional” (veja mais abaixo).
“Eu vi um cara com uma submetralhadora — ou fuzil automático — e ele estava atirando a céu aberto. Eu imediatamente me abaixei”, disse Jeremiah Miller, que trabalha no local, segundo a agência de notícias Reuters.
Um outro funcionário disse a uma TV local que estava comendo quando ouviu o que parecia ser “dois barulhos altos de metal”, seguidos de tiros. “Alguém foi atrás de um carro, até o porta-malas, e pegou outra arma. Então eu vi um corpo no chão”.
Um porta-voz da FedEx disse que a empresa estava “profundamente chocada e triste” e que funcionários e familiares dos mortos e feridos foram levados para um hotel na região.
“Nossas mais sinceras condolências vão para todos os afetados por este ato de violência sem sentido. A segurança dos membros de nossa equipe é nossa prioridade e estamos cooperando totalmente com as autoridades”, acrescentou o porta-voz.
O subchefe do departamento de polícia de Indianápolis, Craig McCartt, disse à rede de televisão americana CNN que a polícia não disparou nenhum tiro.
“Parece haver uma falta de habilidades de resolução de conflitos e as pessoas são muito rápidas para pegar uma arma e resolver seus problemas com uma arma hoje”, afirmou McCartt. “Mas todos deveriam se preocupar com a frequência com que isso está acontecendo.”
Onda de ataques nos EUA
As mortes em Indianápolis são o caso mais recente da onda de ataques com armas de fogo nos EUA. Segundo a agência de notícias Associated Press, esse foi o terceiro ataque a tiros em massa em 2021 apenas na cidade.
Cinco pessoas, incluindo uma mulher grávida, foram baleadas e mortas em janeiro, e um homem foi acusado de matar três adultos e uma criança antes de sequestrar sua filha durante uma discussão em uma casa em março.
O ataque de quinta-feira (16) foi o sétimo ataque em um mês, desde 16 de março, que deixaram mais de 40 mortos e dezenas de feridos:
- 12 de abril — Tenesse: Quatro pessoas foram mortas em uma escola de ensino médio em Knoxville. Aluno foi baleado e morto após abrir fogo contra policiais, e um agente ficou ferido.
- 8 de abril — Carolina do Sul: Ex-jogador de futebol americano matou 5 pessoas a tiros e tirou a própria vida. Vítimas eram um médico, sua mulher, dois netos e um trabalhador da casa.
- 8 de abril — Texas: Uma pessoa foi morta após atirador abrir fogo em uma loja de móveis em Bryan. Criminoso era funcionário da empresa e foi preso após trocar tiros com policiais.
- 1º de abril — Califórnia: Tiroteio deixou quatro mortos e dois feridos em um prédio comercial ao sul de Los Angeles. Uma das vítimas era uma criança.
- 22 de março — Colorado: Atirador abriu fogo em um supermercado em Boulder e deixou 10 mortos, inclusive um policial.
- 16 de março — Geórgia: Tiroteios em três casas de massagem na área de Atlanta deixaram oito mortos, a maioria mulheres asiáticas. Assassino foi preso enquanto viajava em direção à Flórida, onde planejava realizar uma ação semelhante.
Biden quer restringir acesso a armas
Na semana passada, Biden anunciou medidas para tentar controlar o que chamou de “epidemia de violência com armas de fogo” no país. O presidente americano quer dificultar o acesso às “armas fantasmas”, que podem ser montadas em casa e não têm número de rastreio.
“A violência com armas de fogo neste país é uma epidemia. E é uma vergonha internacional”, afirmou o presidente americano.
O controle das armas de fogo nos EUA é um tema que divide o país, ainda que há décadas os americanos convivam com massacres em escolas e espaços públicos.
Muitos dos defensores do porte de arma recorrem à Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o direito de se ter uma arma. Sempre que o governo tenta controlar o acesso a armamentos, lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.
O presidente americano insistiu que as medidas apresentadas na quinta-feira (8), dia dos ataques na Carolina do Sul e no Texas, não infringem a Constituição americana. “Nenhuma emenda da Constituição é absoluta”, afirmou Biden.