Ataques a indígenas no Paraná: impasses e escalada de violência

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Foto: Reprodução TV Globo

Conflitos no Paraná expõem violência contra indígenas e impasses na regularização de terras

 

A escalada de conflitos envolvendo indígenas e homens armados na região Oeste do Paraná coloca em evidência a crise fundiária e a ausência de soluções efetivas para garantir a segurança das comunidades originárias. Na última sexta-feira (3), mais um episódio de violência foi registrado em uma área entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa, onde três adultos e uma criança da etnia Avá-Guarani ficaram feridos após serem cercados por homens armados.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP), os esforços locais para conter os conflitos são limitados devido ao que chama de “invasões cometidas por indígenas”, atribuindo ao governo federal e ao Poder Judiciário a responsabilidade pela mediação e resolução das disputas de terras. Em nota, a SESP reiterou que solicita celeridade para resolver os impasses desde o primeiro semestre de 2023, período que registrou aumento nos casos de violência na região.

O Ministério da Justiça, por sua vez, prometeu reforçar a presença da Força Nacional na área após o ataque mais recente. Essa medida, entretanto, é vista como paliativa diante do histórico de tensões. Em julho de 2024, confrontos semelhantes ocorreram em Terra Roxa, quando fazendeiros e indígenas entraram em conflito em uma área de disputa. Meses depois, em outubro, agricultores invadiram o território Yvyju Avary, habitado pelo povo Avá-Guarani, resultando em mais violência, incluindo disparos de arma de fogo contra os indígenas.

Especialistas apontam que a raiz do problema está na demora do governo federal em regularizar terras indígenas e no fortalecimento de políticas de proteção aos povos originários. Organizações como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciam que a vulnerabilidade das comunidades aumenta à medida que as invasões e ataques se tornam mais frequentes.

A situação no Paraná reflete um cenário nacional de descaso com a questão indígena, expondo as populações originárias a ameaças que vão desde a violência armada até a insegurança alimentar, resultado do avanço de atividades agrícolas e do desmatamento em territórios tradicionalmente ocupados.

A crise não se limita às tensões entre indígenas e fazendeiros. Há também a falta de articulação entre os governos estadual e federal, o que intensifica a sensação de abandono das comunidades indígenas. Enquanto a SESP cobra ações mais enérgicas de Brasília, a proteção imediata dos Avá-Guarani e de outros povos da região depende de medidas conjuntas e urgentes.

A reportagem segue acompanhando o caso e buscará atualizações com os órgãos responsáveis e representantes das comunidades indígenas.

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