Grupo da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) pede demissão coletiva. Seria mais uma interferência, desa vez na PGR por intermédio de Aras.
A gota d’água foi a manobra de sua auxiliar, Lindôra Araújo, que copiou bancos de dados sigilosos das investigações da Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba-PR, informalmente e sem apresentar documentos ou justificativa, informa O Globo.
Neste mesma sexta-feira (26), os procuradores enviaram ofício à Corregedoria Geral do Ministério Público denunciando a medida.
“Aras atua como advogado, não como procurador”, diz um dos integrantes do grupo. Segundo ele, o PGR vem atuando para desmoralizar a Lava Jato e enterrar investigações. E os inquéritos que interessam politicamente são restritos aos assessores do gabinete e à Lindôra, considerada alinhada ao bolsonarismo.
Pediram demissão os procuradores Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Riccely. Outra integrante, que era a mais antiga na Lava-Jato da PGR, já havia deixado o grupo no início do mês, Maria Clara Barros Noleto.
A gestão anterior, da então procuradora-geral da República Raquel Dodge, enfrentou o mesmo problema. Após pedir arquivamento de quatro anexos da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, sem autorizar nenhuma investigação preliminar, Dodge também foi alvo de um pedido de demissão coletiva do grupo.
Após o fim de sua gestão, o PGR interino Alcides Martins convidou os procuradores para retornarem aos seus postos, e Aras decidiu mantê-los.