Oito réus, incluindo Jair Bolsonaro, serão ouvidos por Alexandre de Moraes nesta terça (10); julgamento final está previsto para o segundo semestre de 2025
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (10) os interrogatórios de oito dos 31 réus acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. A audiência começa às 9h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça e pelos canais oficiais do STF.
Os acusados fazem parte do chamado “núcleo 1” da trama, identificado pela Polícia Federal como responsável pelas principais ações da tentativa de ruptura institucional. Entre os nomes está o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de ex-ministros e ex-comandantes militares.
Nesta fase processual, os réus são questionados diretamente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e pelas defesas dos demais acusados. Eles podem optar por permanecer em silêncio, conforme previsto na Constituição, que garante o direito de não produzir provas contra si mesmos.
Quem já foi ouvido
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, declarou que o ex-presidente recebeu e alterou um documento que previa medidas para a ruptura institucional. Já o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, afirmou não ter provas concretas de fraudes nas eleições de 2022, apesar de ter reportado suspeitas a Bolsonaro, conforme mensagens interceptadas pela Polícia Federal.
Próximos interrogados:
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Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF
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Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
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Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil
Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, grave ameaça e deterioração de patrimônio público tombado. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 43 anos de prisão.
O interrogatório marca uma das etapas finais do processo penal. A previsão é de que o julgamento que definirá a condenação ou absolvição dos réus ocorra no segundo semestre de 2025.