Amilton de Paula enviou proposta de venda de vacinas com US$ 1 acima de oferta por dose

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O reverendo vai estar na CPI da Covid-19 nesta terça (3) e terá oportunidade de esclarecer como aconteceu a apresentação da suposta proposta

 

Documentos cujo teor foi divulgado nesta segunda (2) pela CNN revelam que o reverendo Amilton Gomes de Paula encaminhou ao Ministério da Saúde uma proposta para venda de vacinas contra a Covid US$ 1 por dose acima da oferta feita inicialmente pela suposta fornecedora dos imunizantes.

Reverendo irá depor nesta terça (3) à CPI da Pandemia. Ele entrou no foco da comissão por ter atuado na tentativa de venda de milhões de doses de vacina ao governo brasileiro em nome da Davati.

A negociação teria envolvido pedido de propina de US$ 1 dólar por dose por parte do então chefe do departamento de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, conforme relato feito por Luiz Paulo Dominghetti à Folha de S.Paulo e confirmado posteriormente à CPI. Dominghetti também atuava em nome da Davati nas investidas para fechar o negócio bilionário.

Nove dias depois, no entanto, uma nova oferta foi feita ao Ministério da Saúde. Em e-mail enviado no dia 24 de março, um auxiliar do reverendo Amilton encaminhou proposta e diz que “devido ser assunto de emergência em saúde nacional” e necessário retorno “o mais breve possível”.

Ele enviou então um documento assinado pelo reverendo, no qual ele descreve oferta a Élcio Franco de vacinas AstraZeneca e Janssen “para entrega em até 25 dias” pelo valor de US$ 11 dólares a dose.

Pazuello estava fora

Eduardo Pazuello já havia sido demitido no dia 15 de março, mas Élcio Franco ainda seguia como secretário-executivo. Ele foi exonerado da função no dia 26 de março, com a pasta já sob comando de Marcelo Queiroga.

O envio das propostas foi feito após reunião no Ministério da Saúde com Élcio Franco no dia 12 de março. A audiência contou com a presença do reverendo Amilton Gomes de Paula e outros representantes da Davati, como Dominghetti e Cristiano Carvalho.

A Davati se pronunciou em nota reproduzida abaixo:

“A respeito das vacinas da Johnson & Johnson, a empresa informa que enviou proposta (FCO) diretamente ao Secretário Élcio Franco em 15.03.2021, sendo esta a única oferta deste laboratório reconhecida pela empresa. A proposta foi enviada via e-mail diretamente ao então Secretário da Saúde, sem qualquer envolvimento de outras pessoas além do representante de vendas autônomo da empresa no Brasil. Quanto ao e-mail enviado pela Senah ao Ministério da Saúde no dia 24.03.2021, a empresa não reconhece como sendo uma oferta feita em seu nome e tampouco reconhece os valores  constantes no documento anexo”, diz a empresa.

Procurados, Élcio Franco e o Ministério da Saúde ainda não se pronunciaram.

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