Oferecendo suporte técnico e emocional, o ambulatório de estomias no Hospital Regional de Ceilândia garante acolhimento e qualidade de vida aos pacientes
No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na Policlínica II, um serviço especializado está proporcionando suporte técnico e emocional a pessoas que vivem uma realidade inesperada: o ambulatório de estomias. O trabalho realizado nesse local vai além do conhecimento técnico e visa oferecer conforto a pacientes que passaram por cirurgias que resultaram em orifícios para a saída de fezes ou urina.
No primeiro semestre de 2023, o ambulatório de estomias realizou impressionantes 925 consultas e 2.514 procedimentos, destacando a importância e a necessidade desse serviço na região. O termo “estomia” refere-se a esses orifícios cirurgicamente criados para permitir a eliminação de fezes ou urina, que são coletadas em bolsas específicas de acordo com o local do estoma: colostomia (cólon), ileostomia (intestino delgado) ou urostomia (sistema urinário).
O cuidado prestado pela equipe do ambulatório tem sido essencial para os pacientes que enfrentam essa nova realidade. Ailana Augusta Lopes, de 41 anos, compartilha que recebe um suporte excelente, sendo acompanhada há dois anos no ambulatório após ter retirado 20 centímetros de intestino devido a uma diverticulite. Mensalmente, ela visita o HRC para receber as bolsas de colostomia e orientações sobre o uso e limpeza adequados. Embora tenha sido um desafio no início, Ailana gradualmente se acostumou com os procedimentos, ressaltando que a estomia não é uma situação voluntária e que pode causar constrangimento.
Os enfermeiros responsáveis pelo atendimento, Miriam Maia e Ronivaldo Ferreira, ambos com vasta experiência nessa área, têm como função fazer uma avaliação completa do paciente durante as visitas mensais. Além de realizar a limpeza e fornecer as bolsas e produtos necessários, eles também encaminham os pacientes para outros profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, quando necessário. Uma tarefa crucial é observar o tipo de bolsa coletora mais adequada para cada paciente, levando em conta as características do estoma e do abdômen do usuário.
O acolhimento é uma das principais missões do ambulatório. Para muitos pacientes, a experiência de ter uma estomia é inesperada e pode causar angústia, mas com o apoio fornecido, eles encontram conforto e esperança. Além do suporte técnico, o ambulatório também fornece orientações nutricionais, incentiva a prática de atividades físicas e instrui sobre os cuidados com a pele. Adicionalmente, os direitos dos pacientes, que são legalmente considerados pessoas com deficiência, são explicados e garantidos.
O testemunho de Orosvaldo Macena, de 68 anos, que convive com uma estomia há sete anos após se recuperar de cirurgia para a retirada de um câncer no intestino, ilustra a jornada de adaptação dos pacientes. No início, pode ser um período desafiador, mas gradualmente eles aprendem a lidar com a situação, assim como se aprende a andar.
A importância desse serviço é evidenciada pelo número de pessoas que vivem com estomias na capital, cerca de 2 mil. Além do ambulatório em Ceilândia, a Secretaria de Saúde (SES-DF) disponibiliza unidades em diversas outras regiões para acompanhar e auxiliar os pacientes que necessitam desse cuidado especializado.
*Com informações da Secretaria de Saúde