Alvos da PF se defendem, atacam o STF e falam em “ditatoga”

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A operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (27), referente à investigação sobre notícias falsas conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apura fake news e ameaças a ministros da Corte, teve como alvo uma série de políticos, principalmente entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que o Supremo é “marxista, maoísta” e faz o papel do tribunal nazista da Alemanha. Ele explicou que o fuzil portado em uma foto feita em uma feira realizada no Brasil de uma fabricante nacional. Não pertence a ele.

Entre os investigados estão os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Daniel Silveira (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Felipe Barros (PSL-PR), Geraldo Junio do Amaral (PSL-MG) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), além dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Paulo Gil Diniz (PSL-SP).

No Twitter, Zambelli afirmou que a operação é “ilegal e inconstitucional” e deve ser repudiada por quem respeita a legislação brasileira.

“Toda pessoa que respeite a lei tem a OBRIGAÇÃO DE REPUDIAR essas buscas no âmbito de um inquérito ILEGAL E INCONSTITUCIONAL, sem fato determinado e já arquivado pela PGR” escreveu a deputada na conta que mantém na rede social.

Carla Zambelli

@CarlaZambelli38

Toda pessoa que respeite a lei tem a OBRIGAÇÃO DE REPUDIAR essas buscas no âmbito de um inquérito ILEGAL E INCONSTITUCIONAL, sem fato determinado e já arquivado pela PGR.

Se você aplaude a ação ilegal contra seu adversário, não adianta reclamar quando ela se voltar contra você.

Carla Zambelli

@CarlaZambelli38

Estamos vivendo um estado de exceção, ironicamente sob os aplausos dos que acusam o Presidente @JairBolsonaro de querê-lo.

Está na hora do Sr. @davialcolumbre cumprir seu dever constitucional e analisar com carinho os pedidos de impeachment contra o responsável por esse absurdo.

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“Se você aplaude a ação ilegal contra seu adversário, não adianta reclamar quando ela se voltar contra você”, completou.

Em uma segunda publicação na mesma rede, ela afirmou que os brasileiros vivem em “estado de exceção”.

“Está na hora do Sr. @davialcolumbre cumprir seu dever constitucional e analisar com carinho os pedidos de impeachment contra o responsável por esse absurdo”, escreveu, citando o presidente do Senado, David Alcolumbre, e se referindo ao ministro Alexandre de Moraes, que autorizou os mandados e comanda o inquérito no STF.

Garcia disse “repudiar a ação e atitude” do ministro Alexandre de Moraes. Já no Twitter, ele chamou de perseguição a operação. “Polícia Federal no meu gabinete: a perseguição do inquérito inconstitucional 4.781 estabelecido pela ditatoga com o intuito de criminalizar a liberdade de expressão e a atividade parlamentar”, escreveu na rede social.

Douglas Garcia

@DouglasGarcia

Polícia Federal no meu gabinete: a perseguição do inquérito inconstitucional 4.781 estabelecido pela ditatoga com o intuito de criminalizar a liberdade de expressão e a atividade parlamentar.

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“A Polícia Federal está neste momento no gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL) para apreender computadores, suspeitos de terem sido utilizados para disparar informações falsas (fakenews), durante o horário de expediente, por funcionários públicos, com dinheiro público. Dentro de um ano e meio de mandato, essa é a segunda vez que a PF aprende máquinas do gabinete desse deputado para investigar essa relação com o disparo de fakenews”, afirmou o PSL, em nota.

Os agentes da PF cumprem 11 mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo, 3 em Araraquara, no interior de SP, 6 no Rio de Janeiro, 3 em Brasília, 3 no Paraná, 3 em Santa Catarina e 1 no Mato Grosso.

O inquérito, que corre em sigilo, foi aberto no dia 14 de março de 2019 pelo presidente do STF, Dias Toffoli, com a intenção de investigar a existência de uma rede de produção e propagação de fake news.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, determinou que os deputados que são investigados no inquérito que apura fake news e ameaças a integrantes da corte sejam ouvidos pela Polícia Federal em até dez dias.

A assessoria do deputado Filipe Barros informou que ele não foi notificado nem no gabinete em Brasília, nem em sua residência em Londrina sobre depoimento que supostamente deve prestar.

Roberto Jefferson

O ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, também foi alvo da operação. Jefferson disse que a PF estava em sua casa, na verdade um sítio, em Comendador Levy Gasparian, município do Rio de Janeiro já próximo de Juiz de Fora, Minas Gerais, para cumprir mandado de busca e apreensão, mas deixou o local sem levar nada.

Segundo Jefferson, os agentes da PF foram educados, muito gentis e informaram que estavam atrás de um fuzil não cadastrado, o mesmo que Jefferson teria publicado em uma foto nas redes sociais. Os policiais federais também estiveram na casa da ex-mulher de Jefferson, no interior do estado, por volta das 6h da manhã.

O ex-deputado informou que nada foi apreendido em sua casa e de sua ex-mulher e que armas que ele possui são todas públicas.

Questionado sobre ataques de políticos ao STF, Jefferson disse que isso vai continuar, infelizmente. Em suas redes sociais há ainda menções sarcásticas contra a ministra Cármen Lúcia.

Outros alvos

Fora do campo político, a PF foi atrás do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, do blogueiro Allan dos Santos, do músico e humorista Rey Biannchi, do youtuber Enzo Leonardo Suzin Momenti e da ativista bolsonarista Sara Winter.

A ativista Sara Winter confirmou no Twitter que os agentes da PF estiveram em sua casa no começo da manhã. Ela chamou o ministro Moares de covarde e disse que ele não a calaria.

“Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável”, escreveu na conta que mantém na rede social.

Sara Winter@_SaraWinter

A Polícia Federal acaba de sair da minha casa. Bateram aqui às 6h da manhã a mando do Alexandre de Moraes. Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável! Moraes, seu covarde, você não vai me calar!!

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O humorista Rey Biannchi usou a mesma rede social para dizer que não ficou com medo da operação. “Sou honrado, íntegro e a Verdade está ao meu lado”, escreveu no Twitter.

Em outra mensagem publicada na mesma rede, ele afirmou que a operação era uma tentativa de coagi-lo.

Rey Biannchi(meu antigo@ReyBiannchi foi extinto)@GTabacow

A mando do STF, pasmem, a Polícia Federal foi na minha casa para me prender! Acham que fiquei com medo? Sou honrado, íntegro e a Verdade está ao meu lado! Pra combater a corrupção, a injustiça, contem comigo! E não, não fui preso. RThttps://youtu.be/mpJY_j2ua

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Em mensagem publicada em sua conta no Facebook, onde conta com mais de 4,4 milhões de curtidas, o empresário Luciano Hang afirmou que nunca “produziu ou patrocinou” fake News contra membros do STF “como ficará provado após perícia dos aparelhos”.

“Esse inquérito refere-se a Fake News contra ministros do Supremo Tribunal Federal, jamais atentei contra os mesmos, ou conta a instituição”, escreveu Hang. “Nada tenho a esconder, tudo o que falo e penso está nas minhas redes sociais”, completou.

Ele afirmou que seu computador pessoal e seu celular foram disponibilizados para a perícia da PF.

 

Com informações da CNN Brasil.

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