O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias, disse neste sábado (25) que uma parcela do Congresso Nacional, uma “frente espúria” comemora a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Moro anunciou sua demissão nesta sexta (24), em coletiva de imprensa.
“Certamente uma parcela sim. O Congresso é divido em duas partes: entre aqueles que entendem como prioridade nacional o combate à corrupção, tentando promover avanços e defender agentes públicos que investigam, e aqueles que aprovam, por exemplo, uma lei de abuso de autoridade, que tem por objetivo limitar a ação de quem investiga.
Frente espúria
Dias destaca que das duas frentes, “a frente espúria, podre, certamente comemora. Moro nunca teve unanimidade no Congresso. O apoio dele é maior entre a população”.
O senador afirmou ainda que a demissão do ex-ministro – mais especificamente, as razões da demissão – mostram que o presidente da República, Jair Bolsonaro, “escolheu seu lado”.
“Demissão de ministro é um fato rotineiro em governos, ministros são demitidos e pedem demissão. Mais grave que isso são as razões que o levaram a pedir demissão. As denúncias que fez. Crime de falsidade ideológica e fundamentos para hipótese de crime de responsabilidade”, avaliou.
Na visão de Dias, o governo perde credibilidade. E Moro ajudava a manter níveis de popularidade elevados.
Bolsonaro escolheu o Centrão
“Com o afastamento, há um desgaste enorme. Parece que o presidente fez sua opção. Escolheu seu lado. O Centrão. O lado mais contestado da política brasileira. Velha prática, velhos hábitos. É uma abertura de portas para a corrupção. Assim surgiu o Mensalão e o Petrolão.”
Crime de responsabilidade
Álvaro Dias acredita ainda que as investigações das denúncias feitas por Moro poderiam levar a um processo de impeachment do presidente, mas isso causaria um “desgaste enorme” ao País.
“Se a investigação confirmar as denúncias, estamos diante de crime de responsabilidade – que eventualmente poderia levar ao impeachment. Coisa que ninguém deseja. O Brasil não suporta mais traumas dessa natureza. O governo perde muito, o País também.”