Brasil à beira do colapso com maior epidemia de dengue da história
Por Josiel Ferreira
Especialistas consultados pelo Portal Tudo Ok Notícias alertam para uma iminente explosão de casos de dengue no Brasil. Com números alarmantes, o país já contabiliza 1,9 milhão de casos em menos de três meses, marcando a maior epidemia de dengue registrada até hoje.
A situação torna-se ainda mais preocupante diante da possibilidade de uma nova explosão de casos, dependendo da intensidade das chuvas. Além disso, a coexistência da dengue com a COVID-19 agrava o cenário de saúde pública. O aspecto demográfico, aliado às mudanças ambientais, desencadeia análises sobre os riscos e a propagação de doenças transmissíveis. As mudanças climáticas abrem caminho para doenças de caráter pandêmico e epidêmico, que se aproximam em um período sazonal, sobrecarregando o sistema de saúde.
É urgente uma reflexão profunda sobre o modelo de saúde adotado no país, que há muito deixou de ser centrado nos hospitais. Há uma década, ter um plano de saúde era uma garantia de atendimento de qualidade, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) tem se mostrado incapaz de lidar com epidemias. Os desafios são enormes, especialmente diante do aumento significativo de casos de diversas doenças, como dengue, chikungunya, zika vírus, oropouche, mayaro, gripe aviária, febre amarela e a recrudescência da COVID-19. Somam-se a isso a baixa cobertura vacinal e surtos de doenças consideradas controladas, como o sarampo.
A necessidade de discutir o sistema de saúde como um todo é evidente, deixando de lado abordagens pontuais. A situação atual sugere um aumento ainda maior na tragédia, com números preocupantes de óbitos confirmados e em investigação, especialmente nos estados do Sul e Sudeste, além do Distrito Federal.
O modelo atual do SUS mostra-se ineficaz diante desses desafios, exigindo uma revisão urgente para garantir um atendimento adequado à população. A legislação precisa ser revista para dar mais autonomia e recursos ao sistema de saúde, que enfrenta uma crise sem precedentes. Embora o número de vítimas do mosquito Aedes aegypti tenha diminuído em 2021, a negligência política no enfrentamento da epidemia contribuiu para o atual cenário de calamidade, que persiste mesmo com a mudança de governo.
